Naruto: Shinobi no Sho - Sistema D8 de RPG
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Episódio 46 | Ou Himitsu?

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Episódio 46 | Ou Himitsu? Empty Episódio 46 | Ou Himitsu?

Mensagem  Fesant Seg 26 Jun 2017, 01:24

Seus olhos estavam abertos, e disso tinha certeza. Mas... por que tão escuro? Não conseguia ver nada à sua frente. Ouvir também era impossível. Além de sua mente, seu único sentido que funcionava era o tato, que sofria ao sentir um ar gélido invadir as narinas e preencher os pulmões. Aos poucos, tal sentido se expandiu até a pele, que lhe disse que não somente o ar, mas tudo a sua volta era frio. Depois, teve consciência e força suficiente para mexer os dedos da mão direita... em seguida, a mão direita inteira, e notou que estava imerso em algum líquido desconhecido, e com certeza mais denso que a água. Levou a mão até a cabeça, e tateou o objeto que descobriu envolvê-la por completo. Era por isso que não enxergava, e era desse objeto, dessa máscara que lhe envolvia de escuridão, que surgia o ar gelado que respirava.

Uma sensação angustiante, quase uma claustrofobia lhe tomou. Tentava retirar a máscara à força, inutilmente. Sentia-se fraco, como quem tivesse repousado por muito tempo, tanto que os músculos beiravam o atrofiamento. E quando pensava que não suportaria ficar ali nem um segundo sequer, a benção lhe caiu sobre os ombros: um som alto irrompeu e o líquido que envolvia seu corpo se dispersava pouco a pouco. Conforme sentia-se com os movimentos mais livres, ia deixando o corpo cair, sem forças para ficar de pé. Sentado num chão aparentemente metálico, sentiu o frio do mesmo contra a pele nua. E, finalmente, a máscara lhe foi tirada.

A luz, embora pouca, invadiu as pupilas num ardor de quem não a vê há muito tempo. Demorou a se acostumar, a discernir cores e formas, a enxergar de fato. Quando os olhos recuperaram o funcionamento, distinguiu um ser quase idoso, baixa estatura e olhar tão frio quanto o ar que respirava. Embora sua mente e memórias estivessem bagunçadas, reconheceu de logo aquele homem: era Masayoshi. — Bem vindo de volta, Himitsu... Ou devo de chamar de... Shu?

Himitsu estava com seus olhos arregalados, não parecia ser de medo, apesar de sensação temporária que sentiu quando sentia seu corpo naquele local. Nesse momento, o mesmo já havia ficado de joelhos sobre aquele chão, onde tentou por inúmeras vezes estender suas mãos para sentir qualquer coisa que viesse a sua frente. Brevemente levou suas mãos ao rosto, era como se sentisse cada parte de seu rosto, as memórias de Shu indicavam certas características, porém as memórias de Himitsu indicavam outras.

— O que eu sou? — Sua voz, por mais fraca que fosse mostrava sua confusão, a perplexidade que estava aquela pessoa diante duas memórias. Não sabia ao certo quem ser. Memórias de uma pessoa arrogante, assassina e meticulosa que entrava em conflito com uma outra quase que o inverso. — Me diz! O que eu sou!? — Sua entonação mudou um pouco, agora era um pouco mais alta, conforme suas forças pareciam voltar, mesmo que aos poucos.

Já era possível sentir um certo medo, um pavor. Sua mente por um instante pareceu se encaixar, como em um quebra-cabeça quando aquela voz, uma voz facilmente reconhecida era ouvida, Masayoshi. Seu líder. Naquele momento as mentes pareciam se conectar, afinal, era a primeira coisa que ambas tinham em comum. — Masayoshi-sama... — Sussurrou ele, enquanto seu rosto caia. Agora olhando para baixo, para suas próprias mãos. Não sabia ao certo quem era, poderia ser Himitsu, poderia ser o Shu, a verdade é que aquele corpo lhe parecia estranho, ao mesmo tempo que não. Porém, mesmo que mais calmo diante a presença de Masayoshi, ainda não possuía uma resposta para aquela pergunta, o turbilhão de dúvidas em sua mente eram as únicas coisas que se mantinham.

Seu corpo por vezes mostrou-se tremulo, variações entre a raiva e a tranquilidade eram comum naquela mente, uma verdadeira explosão de emoções parecia tomar o controle daquele corpo, que não sabia ao certo como corresponder isso. — O que é essa vontade de fazer o mal? — Disse para si enquanto cerrava seus próprios punhos. — Não consigo compreender esse conflito. — Então seu olhar, confuso e exausto direcionou-se para Masayoshi. Ele queria ter aquela questão respondida, a dúvida não era uma opção. — Quem eu sou... afinal?

Masayoshi mantinha sério, olhando friamente aquele homem confuso que estava a poucos metros à sua frente. Quem visse a cena, talvez imaginasse que se tratava de um pesquisar olhando de forma seca seu objeto de estudo, mas se enganaria. Aquele era o olhar que o líder da Anbu dedicava a todos, do subalterno aos seus pares. Levando a mão ao queixo, falou para si mesmo. — Hum... Então está confuso... Natural. Principalmente agora que acabou de despertar. Apesar disso, parece que a técnica experimental foi um sucesso. Enfim. Devo-lhe algumas respostas. — o líder colocou ambas as mãos para trás, mantendo a postura imponente que sempre intimidava a todos. — Não sei exatamente o que se passa em sua cabeça, mas posso responder cientificamente o que está havendo. Originariamente, você é Himitsu, membro da Anbu. Você estava demonstrando certas "dúvidas" de comportamento. Não parecia ter a convicção necessária para ser meu subordinado de fato, como tinha sido ao longo dos anos. Então, usei a última fidelidade que você possuía para um bem maior, digamos assim: a Técnica da Falsa Reencarnação. — Fez uma pausa. Era preciso que aquele homem de joelhos conseguisse entender tudo o que precisava ser dito.

— Apesar de hoje ter me despido do sobrenome, sou um Yamanaka, assim como você era, Shu. Os mistérios das técnicas da troca de mente envolvem a consciência, o chakra e mesmo a alma. São princípios perdidos do clã, que custei muito a encontrar e desenvolver melhor. O seu "eu" de agora não deve se recordar, mas Shu me ajudou nessa experiência. Para encurtar a história: quando Shu morreu ativando o selo proibido, sua alma, ou talvez parte dela, foi reencarnada neste corpo de nome Himitsu. Confesso que não imaginava se uma alma iria sobrepujar a outra... Mas vi que não... Pelo menos não inicialmente. O mais importante é o seguinte: seja Shu Himitsu, você é meu subordinado. Fora isso, cabe a você decidir se vai ser um, ou outro... ou talvez ambos.

Himitsu parecia ficar surpreso diante todas as revelações que Masayoshi havia feito. Sua mente ainda parecia extremamente confusa, alguns flashs de sua memória mostravam exatamente Shu com Masayoshi, as conversas entre os dois não eram muito entendíveis, mais depois de ouvir o que Masayoshi falava, algumas coisas pareciam se encaixar e tornar-se compreensíveis. Ao mesmo tempo sua memória o forçava a lembrar do Himitsu, um ninja de anbu com dúvidas sobre sua fidelidade diante a Masayoshi. Ele poderia ser os dois, ao menos temporariamente. Mas sabia que dificilmente conseguiria enganar um Yamanaka, principalmente um Yamanaka com habilidades tais quais pareciam ser as de Masayoshi.

— Você não dá mesmo tempo para processarmos, não é? — Um tom pouco arrogante era perceptível em sua voz, claramente era Shu quem parecia falar naquele momento. Com uma certa dificuldade, ainda devido suas fraquezas, levantou-se. Levou novamente uma de suas mãos ao rosto, escondendo um dos olhos enquanto o outro olhava diretamente para Masayoshi. — Estou sentindo uma vontade enorme de matá-lo. — Seja Shu, Seja Himitsu, a verdade é que aquele homem que agora estava diante de Masayoshi parecia estar aos poucos deixando que as duas personalidades aflorassem. A personalidade má de Shu era claramente àquela quem comandava suas atitudes, porém resquícios das atitudes de Himitsu, ou que Himitsu viria a ter também se mantinham. Ter as duas personalidades em seu corpo o tornavam extremamente imprevisível, afinal, até mesmo para um Yamanaka capacitado como Masayoshi, entender como a mente de seres funcionam em conjunto poderia ser de extrema dificuldade. — Eu nunca sei quem está falando. É como se tivesse um murmurinho aqui nos meus ombros. Masayoshi-sama... o que aconteceria se eu decidisse matá-lo aqui e agora? — Seu olhar fixo em Masayoshi parecia tentar lê-lo, compreendê-lo. Naquele momento, sabia que independente do que dissesse, Masayoshi não ousaria matá-lo. — O que você está sentindo agora... Masayoshi-sama?

— O que estou sentido agora... Hum... Curiosidade. — respondeu ele, de forma direta e simples. De alguma forma, Himitsu-Shu sentia que Masayoshi era sincero. Mais que isso: não era visível qualquer medo ou receio emanando daquele homem. — Se você decidisse me matar... Fatalmente consideraria você um experimento mal sucedido e descartável. Enfim. Você não foi reencarnado unicamente por um teste científico. Despertei você porque tenho uma missão que deve ser cumprida. Himitsu falhava em sua fidelidade, e Shu falhou em sua última missão, o que resultou em sua morte. Talvez esse novo ser, recém-nascido, seja mais competente que os dois um dia foram. Mas antes, preciso que defina quem você é, ou de nada me adiantará.

Himitsu permaneceu olhando atentamente para aquele homem. Suas palavras eram intimidadoras, como sempre foram para Himitsu. Por outro lado, o "Shu" parecia "cagar" para o que ele estava falando. Um sorrido de canto apareceu perfeitamente visível em seu rosto. — Por que não vê você mesmo? Acha mesmo que uma fraca consciência como a de Himitsu seria capaz de sobrepor a de Shu? — Curiosamente aquela pessoa não se retratava como Himitsu, porém não fazia o mesmo pelo Shu. Naquele momento parecia adotar a ideia de ser um novo ser. — Porém ainda me restam dúvidas sobre minha vontade. Um conflito, mais precisamente dizendo. Mas a vontade de lhe matar ainda existe. — Naquele momento parecia estar sendo honesto. Sua identidade, sabia que iria descobrindo aos poucos, o conflito de memórias ainda existia e provavelmente existiria por muito tempo. — Mas você não será traído. Não hoje e nem amanhã.

— É o suficiente. — Respondeu rispidamente, embora visivelmente satisfeito. E era natural. A resposta que foi dada era a única que Masayoshi precisava. Para ele, pouco importava na verdade quem era à sua frente, se Himitsu ou Shu. Talvez, sua preocupação residisse somente em uma possível quebra de fidelidade pela influência do corpo e mente de Himitsu. Mas se a fidelidade era garantida, pouco importava ao líder da Anbu. — Então, vamos ao que interessa. O Conselho de Anciãos enviou um ninja mensageiro até a Vila Oculta da Pedra. A missão de Shu, inclusive, era eliminá-lo, mas isso não ocorreu. Não fosse pouco, esse ninja já disse ao Conselho que Zenzaki está vivo. Você não deve saber, mas Zenzaki é o filho do finado Tatsunori, que todos imaginavam que estava morto. Eu não estava contando que ele fosse reaparecer assim, e que ainda estaria aliado a Jouichirou. Isso vai me atrapalhar, e muito... A sorte é que eu não sou o único a querer que Zenzaki não pise os pés em Konoha. Será feita uma reunião, em trégua, para que Jouichirou e Zenzaki conversem com o Conselho, e você vai me ajudar a estragar essa brincadeira. Darei mais detalhes depois. Por enquanto, ponha a cabeça no lugar, coma alguma coisa e se vista. Na outra sala terá tudo o que você precisa. — Masayoshi sequer esperou resposta e já começou a andar em direção a única porta que havia ali. Antes de abri-la, virou-se. — Ah. E se não conseguir decidir quem é você, pelo menos escolha um nome, afinal preciso te chamar de algo.
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Episódio 46 | Ou Himitsu? Empty Re: Episódio 46 | Ou Himitsu?

Mensagem  Fesant Seg 26 Jun 2017, 02:57

(...)

Havia se passado dois dias desde que Himitsu, ou Shu, despertou. Ainda se encontrava nas instalações daquele laboratório, que por enquanto possuía tudo o que precisava: vestes, quarto, banheiro, alimentos e rações especiais para reabilitar o corpo que ficou adormecido e sedentário. Com suas habilidades perceptivas, que aos poucos ia retomando o normal funcionamento, o ninja já sabia que se encontrava na área da Anbu Ne, porém num andar subterrâneo bem fundo, do qual não se lembra de alguma vez ter despertado... ou se o fez, os efeitos colaterais daquela técnica proibida pela qual foi submetido não o permitia recordar. Masayoshi não apareceu durante esses dois dias. Talvez por estar ocupado demais, ou talvez por querer esperar que a mente daquele ninja se estabilizasse um pouco mais antes de lhe falar novamente.

Qualquer que fosse o motivo, havia cessado. O grande líder estava novamente à sua frente, sentado a uma pequena mesa junto consigo. O fitou por alguns minutos, sem nada dizer, provavelmente analisando as possíveis expressões e tentando adivinhar como sua "cobaia" estava após aquele período curto de maturação mental. Contudo, não ficaria calado para sempre. Assuntos importantes o traziam ali, e o ninja pressentia isso. — Então... Como está... ou melhor.. Como estão suas consciências? Ou já se tornou uma? Como disse a você da última vez, preciso de um nome para lhe chamar. E também preciso que você tenha um mínimo de estabilidade mental para que sirva ao meu propósito, ou então terei que deixá-lo aqui e usá-lo para outro serviço. Não tenho mais tempo para esperar sua reabilitação. Responda-me, então. Como tem se sentido?

Olhava atentamente para Masayoshi, talvez não precisasse falar muito, sabia que sua mente estaria sendo ouvida a todo momento, afinal, ele era um Yamanaka. Durante os dias se ausência e solidão de Himitsu, o mesmo por vezes pensou o que seria, e como deveria ser. Não havia chegado a uma conclusão exata, mas sabia que deveria conviver com aquilo, com as duas consciências. Himitsu levou as duas mãos para cima da mesa e então as juntou. Um breve sorriso apareceu em seu rosto, lembrando muito do velho e antigo Yamanaka Shu. — Achei que já soubesse a resposta. Acredito que Himitsu seja um nome muito apropriado para nosso objetivo. — Abaixou a cabeça e então respirou fundo, alguns momentos sua mente ainda sentia-se confusa, mas Himitsu sabia de seus objetivos, até então, daquele velho Himitsu que antes tinha dúvida sobre que caminho seguir, apenas as habilidades. Então seu olhar voltou penetrante na direção de Masayoshi e o mesmo proferiu: — Estou pronto.

— Hum... Perfeito. Vamos dar início. — principiou Masayoshi, recostando-se mais na cadeira antes de prosseguir. — Em sete dias será realizada a Reunião de Líderes de Konoha... Ou pelo menos é assim que o Conselho de Anciãos resolveu chamar. O objetivo é de fato decidir o futuro da vila, dirimir dúvidas e escolher o novo Hokage. Além dos três anciãos, estará Jouichirou, e os quatro candidatos a Hokage: além de mim, Keisei, Omeshirama e Zenzaki... Este último você provavelmente não deve ser recordar, mas ele é o filho do falecido Sandaime. Você descobriu que ele estava vivo antes de sua existência como Shu desaparecer, inclusive... — fez uma pausa. Embora Himitsu alegasse que estava pronto, Masayoshi o avaliava em cada reação, e o ninja sentia isso. O líder era experiente demais para somente tomar as palavras de seu subordinado como verdade absoluta. — Cada candidato a Hokage pode levar um assistente consigo, que terá um direito de voz moderada também. E você estará comigo nesse dia. Eu já deveria ter indicado seu nome, mas precisava esperar sua resolução de consciências primeiro para ter certeza. Mas, sobre a reunião... Embora você tenha o direito moderado de voz, dificilmente precisará dizer algo. Sua função ao meu lado será outra.

Mais uma pausa, desta vez para pegar um cigarro guardado dentro do quimono. Masayoshi o acendeu com um isqueiro e depois o guardou no quimono novamente, junto com o maço. Era conhecimento geral que ele fumava, mas poucos o viam fazendo isso. Somente após tragar e expirar a fumaça, continuou. — Sua missão principal é garantir minha segurança. É lógico que um combate seria iniciado naquela reunião, não tem como evitar. Utilize sua capacidade de sensor para fiscalizar quem se aproxima e também possíveis intenções assassinas dirigidas a mim, e esteja pronto para interceptá-las. Eu não confio minhas costas a qualquer um, Himitsu. Então tenha ciência do peso e da importância desse pedido. Sua segunda missão é fiscalizar os movimentos de ninjas ao redor do lugar da reunião. Não levarei ninguém mais da Anbu comigo. Caso esteja próximo de ocorrer uma emboscada, você tem o dever de prever isso e garantir uma rota de fuga segura. As outras duas missões... Não necessariamente irão ocorrer, mas existem em possibilidade: assassinar Aburame Yuudai, caso ele resolva se aliar de vez a Jouichirou, afinal não quero pontas soltas; e assassinar Hakuro, pois não quero uma Kyuubi que não possa controlar. Dúvidas?

Himitsu permaneceu em silêncio, a missão era bastante inspiradora, as palavras usadas por Masayoshi eram ainda mais empolgantes. Sabia do peso e da responsabilidade que teria protegendo Masayoshi, mas sabia, assim como o próprio sabia, que poucos seriam mais capacitados para isso, principalmente se as habilidades sensoriais de Himitsu, que nesse momento já voltavam a ser compreendidas, estivessem em seu pleno funcionamento. — Se por algum acaso eu note as intenções de algum inimigo, que atitude devo tomar? — As palavras de Himitsu eram sérias, e a todo momento o Anbu olhava nos olhos de Masayoshi.

— Se notar intenções assassinas, deve me alertar e ficar de prontidão. Como há a possibilidade de me tornar Hokage, não serei eu o primeiro a puxar a espada. É um tanto arriscado esperar e tentar agir somente em legítima defesa, mas não há como ser diferente, ou todo o trabalho que tive até então será jogado no lixo. Mas também acho difícil que um ataque direto pelos candidatos a Hokage ou seus assistentes sejam feitos. Keisei estará acompanhado de Toushizo, e embora a personalidade de Toushizo seja difícil de se lidar, ambos são muito frios. Zenzaki e Jouichirou também não deve ser agressivos, porque eles devem ter o ideal fantasioso de resolver a situação sem lutas. Omeshirama é o de mais pavio curto, mas sua posição atual é muito delicada, e também duvido que faça algo. O problema mesmo são os demais assistentes, principalmente o desmiolado do Hakuro. Duvido que Jouichirou permita que ele seja nomeado como assistente, mas também duvido que ele não esteja na reunião. — Mais uma pausa, e mais um trago no cigarro. Masayoshi parecia ter finalizado os principais pontos da conversa. Sempre foi sucinto, e deixava as demais considerações para seus subordinados. Afinal, se são membros da Anbu Ne, a elite, devem saber agir por conta própria quando necessário, sem desrespeitar o plano principal. — Basicamente, são essas suas missões. Mas ainda tenho uma bonificação para você, Himitsu... embora também seja uma necessidade. Você não pode ir para a reunião sem ter o mínimo de informação sobre a situação política e estratégica dos atuais candidatos a Hokage. Então, excepcionalmente, deixarei que me pergunte o que precisar saber. Claro que não lhe responderei tudo, e também não contarei mentiras que podem ser facilmente descobertas por suas habilidades de sensor. Então... deseja saber algo?

— Gostaria de informações chaves de cada representante. Como o senhor mesmo disse, uma pessoa como o Omeshirama por ser pavio curto, constantemente pode ter intenções contra o senhor. Seria interessante me aprofundar em cada um dos representantes e assistentes. Outro ponto, até onde conseguiria me informar sobre suas habilidades? Himitsu parecia incomodado com algo, pelo menos naquele momento. Talvez estivesse pensando na melhor maneira de formular sua pergunta, não queria passar intenções erradas. — No entanto, há algo que eu realmente gostaria de saber. Quais são nossas verdadeiras intenções sobre tudo isso? Konoha... Konoha é nossa prioridade. Estou certo? Por mais que estivesse certo de sua confiança e lealdade a Masayoshi nesse momento, Himitsu ainda tinha duvidas que eram levantadas por uma de suas consciências. Possuir uma resposta dessas, talvez fosse o suficiente para cessar de vez isso. — Como eu disse, não tenho intenções de trair o senhor. Porém, gostaria de saber pelo que estou lutando. Pelo que estou me arriscando. Não posso evitar que por mais que sejamos treinados para isso e somente isso, a superficialidade de que a maioria dos subordinados sabem, me incomoda. Por fim, a fim de finalizar e entrando em um ponto, que talvez fosse interessante até mesmo para Masayoshi, Himitsu completou: — Gostaria que ficasse em minha mente, durante a reunião, isso é, se possível. Nossa comunicação poderia ser discreta e você teria conhecimento de tudo que eu ... observasse.

Masayoshi ouvia com atenção, enquanto fumava calmamente. As perguntas de Himitsu eram pertinentes, e embora a primeira tivesse mais a ver com o início daquela parte da conversa, o líder preferiu responder pelo final. — Nós lutamos por Konoha, não tenha dúvidas disso. Dei meu sangue por essa vila, tanto ou até mais que Tatsunori. Mas ele foi escolhido para ser o Sandaime, e não tive como ser contra. Esta é a oportunidade que tanto esperei, e não jogarei fora. Lutaremos por Konoha, venceremos por Konoha, e levarei Konoha nos ombros até a glória que ela realmente merece, e não essa falsa paz que Tatsunori conquistou. Mas sobre mantermos um contato mental... Faremos isso sim. Já era meu plano inicialmente, mas ficou feliz de também ter considerado a hipótese. Me dá confiança na minha escolha por você.

A essa altura, o cigarro estava quase no fim, e o líder expirava as últimas porções de fumaça de seu pequeno vício. — Sobre os candidatos e principais participantes... Comecemos por Jouichirou. Ele herdou o ideal de justiça e a cultura da "Vontade do Fogo" pregada por Tatsunori. Depois de Omeshirama, ele é o que está em pior situação no jogo político, pois ainda recaem as suspeitas de que ele tenha matado o Sandaime e o irmão mais novo de Omeshirama... Embora eu tenha certeza que não tenha sido obra dele. O conheço bem para deduzir isso... Resumindo: ele não tentará atacar qualquer um na reunião.

— Já Zenzaki... Não sei como ele está hoje. Há 10 anos, era um prodígio e um líder nato, a imagem e semelhança do pai. Mas foi traído por Omeshirama e dado como morto. Não sei dizer se ele somente vem como um candidato a Hokage, para suceder Tatsunori, ou se nutre algum sentimento de vingança por Omeshirama. De toda forma, se ele tiver alguma intenção assassina, não será dirigida a mim.

— Omeshirama, como eu disse, tem pavio mais curto. Ele é forte, e apesar de não parecer, é bom estrategista. Sua atual situação política decorreu de ter confiado em pessoas incapazes. Keisei conseguiu um veneno que supostamente foi elaborado por Omeshirama e encontrado em seu laboratório, e que corresponde ao mesmo encontrado no sangue do Sandaime. Essa é a prova mais forte apresentada até agora nas investigações, e vai ser difícil aquele Senju escapar disso... E para piorar, Zenzaki voltou, e a história de que foi traído por Omeshirama virá à tona. De todos os candidatos, Omeshirama é provavelmente o único que eu considero que tem chance quase nula de se tornar Hokage. Por esse motivo, é o mais perigoso: ele não tem mais nada a perder.

— E Keisei... Que moleque traiçoeiro... Devo confessar que, depois de mim, ele seja o único que possa levar Konoha ao lugar que ela merece. Ele fez os jogos certos e as escolhas certas... Seu único defeito é que, diferente de mim, sua prioridade não é Konoha. Ou... Reformulando... Ele tem Konoha como prioridade, mas não é sua única escolha. Se Keisei não se tornar Hokage, com certeza irá desertar, sair da Folha, levando todo o clã Hyuuga junto... Eu não consigo prever o que ele pretende além disso, mas também sei que não me atacará diretamente... Contudo, a possibilidade de uma emboscada mais elaborada é alta.

Parecia ouvir atentamente cada afirmação de Masayoshi. Se ao ouvir que a confiança sobre sua escolha aumentava lhe deixava mais animado, ouvir sobre os candidatos era algo ainda mais interessante. Conhecer sobre suas personalidades e peculiaridades serviria bastante para Himitsu, já que se não tivesse tais conhecimentos, poderia tirar conclusões precipitadas em suas análises. — Agora, sobre algumas missões... secundárias. O assassinato de Aburame Yuudai e Hakuro. Você não comentou sobre o Aburame, nem mesmo se ele estaria presente, mas isso não importa, eu seria capaz de senti-lo antes mesmo dele imaginar que está na minha mira. O grande problema é... Nesse momento, Himitsu parou de falar. O grande problema não era Hashiro e sim a Kyuubi. Um erro, por menor que fosse, poderia resultar em uma Kyuubi a solta e descontrolada. — Vamos supor que entremos em um confronto, e nesse momento eu seja confrontado por Hakuro. Sua eliminação passaria a se torna uma prioridade até que ponto? Um erro de cálculo em sua eliminação, poderia resultar em um desastre sem proporções de tamanho.

[corrigir Hashiro por Hakuro]

Quando Masayoshi ouviu a indagação sobre o Aburame, mudou sua expressão calma pela primeira vez ali, alterando, num pequeno segundo, para a feição de quem acaba de lembrar uma coisa importante. Apagando sobre a mesa o resto do cigarro acabado, respondeu. — Por um momento, conversar com você me fez sentir como se Shu estivesse de fato à minha frente, e me esqueci dos pormenores. Você não conhece Aburame Yuudai... ou melhor. Sua consciência atual não. Ele foi infiltrado na Vila Oculta da Pedra, pertence a Anbu Ne, e mantinha contato com você para passar informações. Ele deve pensar que Shu morreu, e por isso há uma pequena chance de se sentir livre re-escolher seu lado... Se isso ocorrer, você deve matá-lo. Ele estará presente sim. Foi nomeado assistente por Zenzaki. Sobre Hakuro... somente precisa eliminá-lo se surgir a oportunidade. Uma brecha... como uma possível emboscada que instaure o caos na reunião, e você aproveite isso para atacá-lo, por exemplo. Se ele se transformar totalmente na Kyuubi, recue. Deixe que Omeshirama cuide dele.

Himitsu levantou-se por alguns momentos, parecia não conseguir mais ficar ali sentado. Mas estava pensativo, ouvir sobre todos os candidatos lhe fazia pensar em determinadas situações, principalmente as emboscadas. — Eu acredito que as emboscadas não sejam nossa preocupação. Serei capaz de sentir a presença do inimigo antes de se aproximarem o suficiente para que consigam lhe emboscar senhor. Em uma atitude um tanto rebelde, agora como se tivesse usando "parte" da personalidade do Shu, Himitsu cravou uma kunai na mesa e então olhou nos olhos de Masayoshi, seu olhar era penetrante e fixo. A voz de Himitsu então começou a ecoar: — Mas independente do que aconteça. Saiba farei o que for necessário para nosso sucesso, a vontade em proteger Konoha e o Senhor é maior do que minha própria vida. Ouvir sobre o Aburame, dava a entender que Himitsu e Yuudai chegaram a ser, pelo menos, próximos. Não lembrar disso era no mínimo um incomodo, mas justamente por não lembrar, talvez fosse algo mais fácil de realizar, a morte de Aburame Yuudai caso fosse necessário.

Aos poucos a ventilação da sala fazia desaparecer os últimos resquícios de fumaça de cigarro. Masayoshi ainda recostava-se à cadeira, e dessa vez olhava para o teto, perdido em pensamento após ouvir as últimas palavras de Himitsu. Aquele era um lado... uma visão do líder que Himitsu ou o antigo Shu nunca tinham visto: um Masayoshi pensativo e sereno. Pelas impressões que sua percepção fornecia, o ninja sentia que seu líder parecia pensar e repensar várias vezes a mesma coisa. Como o próprio já tinha dito, havia batalhado muito até aquele momento: a oportunidade de se tornar Hokage. E talvez essa, e sua trajetória como ninja, fosse as únicas coisas que transitavam pela sua mente naquele momento. Quando voltou a si, olhou para frente, assumindo a feição severa e rígida já conhecida. — Estou contando com você, Himitsu.
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