Naruto: Shinobi no Sho - Sistema D8 de RPG
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação

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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Qua 01 Set 2010, 13:28

(...)
Seguindo o curso do límpido rio Tanetori, passando por casas e mais casas, organizadamente aglomeradas ao leito do rio, encontra-se a Ponte-Vermelha. Sua sólida arquitetura em pura madeira consegue atribuir à aquele local o último tom que faltava de rústico. Ao se permanecer parado e apoiado em seu parapeito, mirando as águas limpas do rio, é possível ver os peixes nadando em seu rumo habitual, transmitindo, somente com aquela cena, toda a tranquilidade que paira sobre aquela vila shinobi.

Olhando mais para frente, vê-se a mais importante construção da vila: O Palácio da Camélia. Aquele que deixar o tranquilo sossego da ponte vermelha, e caminhar pelas ruas principais, até chegar ao Palácio, notará transeuntes comuns, vivendo seus dias, na mais pura rotina, sem preocupações. Esporadicamente, duplas de homens vestidos em preto podem ser vistos. Com vestes largas com pequenos tons de dourado, trazem consigo ainda um capuz, uma ninja-to nas costas, uma katana na cintura, e a bandana com o símbolo de Tsubaki presa na testa, pelo mesmo capuz. São os Samurais da Camélia, membros, em sua grande maioria, do clã Himura que realizam a guarda policial das ruas da vila.

Ao chegar ao Palácio da Camélia, uma construção de três andares, com paredes e cores em tons pastéis, pode ser admirada. Seu interior, por ser um centro administrativo, é composto de inúmeras salas, corredores e escadas, com várias divisões e setores. No último andar, o ápice da construção, encontra-se o escritório do Moritama.

O escritório possui tons leves em suas paredes, e mesmo em seus móveis, que se resumem a uma grande mesa, com a frente de costas para uma grande janela pela qual pode se ter a melhor visão da vila, um grande armário em um canto, e um grande banco de três lugares no outro. De resto, há ainda algumas estatuetas, feitas de pura madeira pelo próprio Moritama, um dedicado amante da arte.

E sentado à mesa, verificando, naquele fim de tarde, os últimos papéis de afazeres do dia — algo raro de ocorrer, pois é constante o Moritama permanecer todo o dia e quase toda a noite somente resolvendo questões administrativas — encontra-se Senju Tenzen, o segundo líder da Vila Oculta da Camélia. Apesar do título, Tenzen não abdica de seu conhecido traje shinobi: uma leve armadura de cor avermelhada sobre um traje de malha preta e, claro, a bandana da vila amarrada em sua testa. Tenzen possui expressão e olhar forte, para o que quer que faça. Sua presença e voz são naturalmente imponentes, sendo intimidadoras quando necessário. Suas habilidades de batalha, contudo, nunca mais foram vistas, permanecendo somente na memória daqueles que tiveram a honra de lutar ao seu lado e nas lendas contadas por toda a vila, principalmente nas histórias do tempo no qual lutava ao lado de seu pai, o Shodaime Moritama.

(...)
— Próximo — “e finalmente o último”, pensou o Moritama.

A porta da sala se abre. Uma deslumbrante kunoichi adentra. Seus longos, lisos e brilhantes cabelos castanhos balançam e caem suavemente nos ombros da blusa verde que traja. O sutiã-top de malha trançada sob o decote da blusa de nada adiantava, deixando à mostra parte dos bonitos e volumosos seios. Seu traje se completa com uma espécie de tanga, vestida sobre uma malha preta justa, na altura um pouco acima dos joelhos, e malhas trançadas nos pulsos e pés.

Ao entrar, seus olhos cor-de-mel se avivam ao ver o Moritama, algo também perceptível pelo sorriso ladino que sempre surge em seu lindo rosto ao encontrar o Shodaime.

— Tenzen-san! — disse a kunoichi, em delicado e malicioso tom, ao passo que colocava as mãos para trás, empinando o busto para frente. — Boa tarde, Tenzen-san! Pensei que nunca chegaria minha vez... Você intencionalmente me deixou por último, não foi? — a ninja se aproxima charmosamente da mesa, e ainda com as mãos para trás, curva o corpo para frente, aproximando seu rosto ao de Tenzen. — E então? O que vai rolar hoje, Tenzen-san?

— “Vai rolar” o mesmo que “rolou” sempre, Nayumi: nada. — disse Tenzen, em tom sério, porém menos sério que o habitual, e levemente risonho. Aparentemente, o Shodaime estava mais relaxado. Aoki Nayumi era a única que conseguia causar este efeito nele. Após responder, e fitar o rosto da mulher por alguns ínfimos segundos, talvez admirando aqueles olhos de linda cor, Tenzen pega quatro folhas de papel, colocando em frente ao rosto de Nayumi. — São esses os três genins recém formados que ficarão sob sua guarda.

A kunoichi se afasta, pondo o corpo em posição ereta, enquanto pega nas mãos do Moritama os papéis que lhe foram estendidos. Ao inicial e rápido olhar na primeira folha de papel, o susto:

— O que?! Você deve estar maluco, Tenzen! Você não me falou nada sobre “isso” — disse ela, enquanto apontava com o indicador um ponto específico na folha de papel. Tenzen sorri.

— Agora, escute-me. Darei as instruções necessárias.




Abertura 1ª Temporada


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Última edição por Fësant em Sex 04 Nov 2011, 20:20, editado 3 vez(es)
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty Re: {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Dom 26 Jun 2011, 02:45

(...)
Naquele dia, completava-se 1 semana desde que a Academia Ninja da Camélia graduou seus novos Genins. No entardecer, com o sol se escondendo pode detrás do Palácio da Camélia, dois dos novos genins se encontravam no meio-caminho da Ponte Vermelha. Um deles observava displicente o pôr-do-sol através dos óculos, enquanto que o outro acabava de cessar o caminhar, chegando naquele exato momento ao local. Ao notar a chegada de alguém, o primeiro se vira casualmente para averiguar, e o olhar tranquilo do mesmo encara por alguns segundos os olhos convictos e quase que arrogantes do segundo. Se haveria uma saudação naquele momento, esta foi interrompida pela chegada de uma terceira pessoa.

Uma garota, com a mesma idade aparente dos outros dois. Esta caminhava calma, e relativamente tímida. Possuía cabelos curtos e negros, na altura um pouco acima dos ombros, olhos de um profundo azul, e vestes simples. Uma blusa longa, sem mangas, em azul claro, e uma calça em azul mais escuro, ambas sem detalhes. Todavia, o que mais chamou a atenção dos dois genins que lá já se encontravam é a inexistência em suas memórias daquele lindo e doce rosto. E assim que alcançou o mesmo ponto dos dois, a garota curvou-se levemente, cumprimentando-os enquanto falava:

— Boa tarde. Sou Maya Satsuki. Visto que nós três estamos aqui, provavelmente formaremos um time juntos, não é? Muitíssimo prazer! — a voz da menina soava tão doce quanto seus olhos e face. Calada, e levemente corada, ela agora esperava que os jovens rapazes respondessem ao seu cumprimento.

(...)
De pele clara e cabelos igualmente alvos, o menino de óculos, de nome Raigetsu, possui um par de olhos azul-piscina que, em geral, expressam profundidade com sua tonalidade. Seu rosto, ainda jovial, é de traços finos, dando certo aspecto infante, que unido ao corpo magro e baixa estatura tornam sua aparência geral àquela de uma criança indefesa. Em seu dorso há um casaco de moletom, branco e semi-fechado, sob o qual há uma camiseta escura e um cordão simples de fio negro, cujo pingente de madeira está no formato de uma pata de gato. Em contraste ao casaco e aos cabelos, sua calça é escura, de tecido grosso, e carrega na perna direita uma bolsa de utensilios branca. Nos pés, traz um par comum de sandálias shinobi, e em suas costas, uma katana de lâmina reta.

Com sua chegada no ponto de encontro - cerca de uma hora antes do combinado - veio a se sentar na beirada da ponte afim de apreciar a tranquilidade e a beleza do por-do-Sol; de fato, com seu ingresso relâmpago na vida shinobi, eram raros os momentos em que conseguia libertar-se da tensão e ansiedade. A hora passou e, com ela, suas esperanças de uma vida tranquila dali em diante. Avistar Minamoto era como observar de perto um gorila enfurecido - não há maneiras de confrontá-lo, então resta apenas dar-lhe a banana — Ah! Minamoto-kun, boa tar- ... — seu cumprimento quebrou-se sob a aparição da terceira integrante, cuja doçura fazia-se contrastar de maneira tão bizarra com seu antigo companheiro de classe. Erguendo-se, o menino ajeitou os óculos com o indicador e abriu o melhor sorriso que pôde, curvando-se de modo formal — O prazer é ... nosso, Satsuki-san. — Concluiu, erguendo a postura em aguardo.

(...)
Finalmente o dia chegara para o garoto, Kugashira Minamoto, depois de tantas provações se graduara na academia, era em fim um genin. Tal expectativa só fora inferior a aquele momento, o instante em que conheceria os membros da sua equipe e começaria a atuar como shinobi. Em suas mãos o papel com as informações sobre o ponto de encontro, conhecia a Vila da Camélia como a palma de sua mão, não teve problema algum em encontrar o local. Ao longe podia perceber que não fora o primeiro a chegar, a cada passo dado a cada metro percorrido lentamente um sorriso era esboçado em seu rosto, sorriso proveniente da satisfação em reconhecer o genin que ali aguardava.

A imagem do "Nokemono" dos Kugashira destoava totalmente dos "irmãos", fato que tornava ainda mais claro que o jovem genin não pertencia a família. Apesar de caucasiano, apresentava a pele bronzeada, prova de sua dedicação aos treinamentos, cabelos negros, arrepiados e bagunçados que caracterizavam bem sua rebeldia singular; possuidor de belos olhos verdes que se não fosse por sua personalidade "difícil" poderiam cativar aqueles que o encarasse diretamente nos olhos. Possui um corpo atlético mesmo para a própria idade e sempre podia se ver vestido com trajes padrões do clã, mas com alguns toques pessoais: os mesmos eram mais polidos e retalhados, ausência de mangas que foram cortadas sem nenhum capricho, várias ataduras espalhadas pelo corpo buscavam ocultar suas cicatrizes mais exuberantes.

Se não fosse pelo desleixo, Minamoto poderia ser visto como um jovem bem bonito. Se colocado lado a lado com os membros do clã Kugashira todos poderiam afirmar que o jovem não deveria fazer parte daquele meio. Os membros do clã possuem a perfeita descrição da beleza e asseio, possuem cabelos ruivos característicos, pele extremamente branca e vestes perfeitamente alinhadas. Mesmo sendo um clã voltado para o combate direto, o jeito de falar esbanja refinamento; são possuidores de uma nobre etiqueta, verdadeiros samurais... Tais definições jamais serviram para Minamoto.

(...)
A poucos metros do contato direto com o outro genin que lá já estava, Minamoto já exibia um largo sorriso que possuía um misto de comédia e sadismo. Aquele rosto inocente de Shiroyama Raigetsu trazia um contentamento nostálgico não tão distante. Quando se formou, uma das poucas coisas que lamentou era de não ter mais o "prazer" de sua companhia; dedicara boa parte da sua vida acadêmica a assombrar o caçula da turma. Estava prestes a agarra-lo pelo pescoço e fazer uma pequena depressão em sua cabeça após um longo e "amigável" cafuné quando ouve a chegada de mais alguém. Aqueles segundos se tornaram eternos. A imagem da Kunoichi que ali chegara permitira que Minamoto sonhasse acordado por longos minutos. O olhar perdido encarava seu rosto, o som de pássaros podia ser ouvido em sua cabeça. Sentia o rosto quente e alguns tic-nervosos em um dos braços. Se tivesse algo que refletisse a sua imagem poderia ver suas narinas dilatadas, os olhos semicerrados e um discreto filete de saliva descendo de sua boca e escorrendo pelo queixo. Após muito tempo as palavras deixavam sua boca, mas de forma bastante confusa e abobalhada. — Prazer ... prazer ... prazer ... prazer ...

A garota sorria, tímida, provavelmente pelo fato de ser a única desconhecida entre aqueles três. Entretanto, pela face sorridente, era notável que estava feliz com as primeiras reações e impressões que até ali tivera. — Parece que vocês se dão muito bem... infelizmente eu não tive a oportunidade de me graduar por essa Academia, mas garanto que farei de tudo para me enturmar. A partir de hoje, podem contar comigo para qualquer coisa. — terminou a frase, mantendo o gentil sorriso.

O sorriso de Maya fazia Minamoto se arrastar como um serpente, as narinas dilatadas e aqueles olhos poderiam até mesmo intimidar a jovem Kunoichi. O genin naquele momento se encontrava aos pés da companheira, estava utilizando o aumento da dimensão da área olfatória para cheirar os pés da mesma enquanto balbuciava. — Tem cheiro de baunilha ... Você usa creme para os pés ?! — Um olhar mais atento podia jurar que uma gota de sangue escorria pelo nariz direito do genin, que agora abraçava uma das pernas de Maya rosando seu rosto na mesma. — Que sensação maravilhosa... vou ser muito feliz nesse time! Eu tenho May-chan ... Posso chamar você de May-chan ?! ... como minha musa inspiradora, ganhando o coração dela todos os dias após cada suor vertido, e tenho também o pequeno indefeso Raigetsu para descontar todas as minhas frustrações amorosas e meu insucessos ... Sou um homem feliz!! — Naquela cena podiam ver a cabeça real de Minamoto, mas o restante de seu corpo era de um filhotinho de cachorro.

A garota olhava a cena, abismada, e sem nada entender. Quanto mais Minamoto falava e acariciava os pés da mesma, mas ela ficava corada e tímida. Tanto, que a próxima reação foi algo surpreendente para sua aparente personalidade. De forma destra, retirou o pé direito dos braços de Minamoto e sem pensar duas vezes pisou seu rosto com força. Com o ato, o garoto soltou o outro pé da kunoichi instantaneamente. Ela deu três passos para trás e disse, com a mesma voz doce e gentil que usou até agora. — Por favor, não repita isso, Minamoto-san, né? — de alguma forma, a voz dela, embora doce e gentil, parecia terrivelmente assustadora.

Durante a cena, Raigetsu converteu-se no que parecia ser um boneco inchado de pedra, inteiramente abismado com a brutalidade que havia em ambos os seus companheiros de equipe; o fim da chacina trazia ainda mais insegurança ao menino que, sem saber o que fazer, se aproximou do derrotado Minamoto feito um robô e se abaixou, retirando de sua bolsa um esparadrapo que tratou de colar na coisa disforme que um dia foi o rosto do rapaz — M-M-M-Minamoto-kun, cê tá vivo?! — perguntava, enquanto cutucava sua testa com o que parecia ser um pedaço de galho e voltava os olhos para Maya, de maneira acusadora — Yare, crueldade. — No fundo, silêncio, quando então uma bola de poeira em estilo faroeste cruza para o outro lado.

Quando um dos pés de Maya atentam contra o rosto de Minamoto, a poeira erguida com o ataque surge em forma de corações, o rosto do genin estava enterrado fundo no solo, mas ainda assim Raigetsu e Maya podiam ouvir algo que após algum tempo de interpretação eles puderam entender ... — Ela sabe o meu nome... Estou amando... — Em um movimento rápido o corpo de Minamoto desaparece debaixo do solo escavando tão rápido quanto uma toupeira, em seguida ressurge com o rosto sujo de terra, esparadrapos e ataduras providenciados por Raigetsu e olhos em forma de coração saltado das órbitas, e após ver o pedido de Maya muda a face assumindo uma pose de galã coçando o queixo e dizendo. — Hehe, entendo, entendo, a bela dama gosta de fazer joguinhos e bancar a difícil... Meu tipo de mulher, mas um pedido seu é uma ordem!!

Um gesto brusco e muito estranho era feito por Minamoto, gesto esse que os presentes poderiam jurar que era uma "piscada de olho", mas muito mais assustador que galante, parecia que a pálpebra do genin estava tendo fortes espasmos e mal tivera forças para fechar completamente. De alguma maneira inexplicável aquela Kunoichi conseguia destruir todo o charme natural do "galante" genin. Minamoto parava alguns instantes se questionando a respeito enquanto inconscientemente já tinha Raigetsu engravatado entre um de seus braços já ficando roxo. — Oe, Rai-san, o que você acha, devo ter perdido meu charme natural... Rai-chan... Rai-chan... ?!
(...)
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty Re: {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Dom 26 Jun 2011, 16:20

— Vejo que vocês estão se dando muito bem. — uma nova voz surgia, ao mesmo tempo em que uma sombra feminina aparecia sobre o parapeito da ponte. Apesar de feminilidade, a voz também era altiva, o que combinava com todo o deslumbre de uma mulher que abusava de expor as curvas e torneios do corpo jovem. — Recomponham-se, pois estão diante de sua tutora Jounin. Sou Aoki Nayumi. — a mulher dá um pequeno salto, parando no solo da ponte, enquanto fitava cada um de seus alunos, imersos naquela cena esdrúxula. Suspirando fundo, continua a falar. — Eu sou do tipo que preso pelos bons costumes e tradições, então, todos devemos nos apresentar um ao outro. Como já disse, sou Aoki Nayumi, tenho 27 anos, sou Jounin natural desta vila, e sou conhecida por ter conseguido instruir grandes shinobis desde que me tornei tutora... Tá certo que foram poucos... tá certo também que foi somente um time.. mas hoje são grandes shinobis. — por algum motivo, as últimas falas da mulher não passaram muita veracidade, principalmente pelo tom baixo com o qual falou.

— Agora é a vez de vocês. Digam-me seus nomes, digam algo importante que os demais deveriam saber sobre você e, principalmente, compartilhem suas ambições como shinobis. Isto para mim é bem importante, pois um ninja sem ambição não é ninja. Claro, esta pode ser de classificada como boa ou maligna. Mas, seja qual for, um ninja sem ambição nunca chegará nem perto do topo. Digam-me suas ambições. E, se não tiverem, comecem a pensar em uma, pois eu não treino ninguém sem ambição.

Quando a senhorita de boas curvas, grandes seios e extrema beleza surge, é a vez de Raigetsu expor seu lado de deslumbre. Os olhos do garoto brilham, e sua cabeça acena perante cada sílaba pronunciada pela sensei, quando então deixa escapar, boquiaberto — Obaa-san, a senhora é... incrível! — Perante os olhos ludibriados do menino estava uma professora supostamente famosa, milagrosamente eficiente e assustadoramente rígida. De maneira a curvar-se, se pôs logo a fazer sua introdução antes de mais ninguém — Sou Shiroiyama Raigetsu, tenho 10 anos, também natural da Vila! Meu sonho é me tornar um grande médico e encontrar a cura para a doença de minha onee-san. — Concluiu, trazendo ambas as mãos para detrás do corpo enquanto, de baixo, esboçava para todos o mais inocente e belo olhar de criança - duas bilhas azuis, máquinas de cativação! Menos para Minamoto, infelizmente.

Logo em seguida poeira... Tudo que fora erguido era uma massa de poeira retilínea que passara ao lado de Raigetsu fazendo o mesmo em "Cute Mode On" dar uma cambalhota no ar. Minamoto estava abraçado à cintura da Sensei no milésimo de segundo seguinte, com os mesmos olhos inocentes que seu companheiro aprimorados ao longo dos anos, mas que pelas razões certas podiam ser reproduzidos por Minamoto. Estava fortemente abraçado a Kunoichi em modo chibi quando falava suspirando. — Meu nome é Kugashira Minamoto, tenho 11 anos e minha ambição é que você me adote e me leve para sua casa pra morar pra sempre com você!! – Audacioso, o jovem genin se arriscava enterrando o rosto entre as duas massas sedosas e volumosas que se encontravam no tórax daquela mulher, os olhos fechados e rosto vermelho contemplavam sua felicidade, aqueles 10 minutos foram um dos mais felizes de sua vida.


Última edição por Fësant em Sáb 09 Jul 2011, 11:15, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Fesant Seg 27 Jun 2011, 12:55

Nayumi mal pôde avaliar a primeira impressão que teve de Raigetsu, pois já se encontrava abraçada e assediada por Minamoto, e ao sentir o rosto do garoto afundar pervertidamente em seu busto, sua face começou a contrair-se repetidamente, erguendo e reerguendo a sobrancelha esquerda, enquanto que o genin podia sentir que o corpo da Kunoichi começava a tremer, como que se quisesse segurar algum tipo de reação forte. Depois, quando parecia estar mais calma, repentinamente pegou Minamoto pelos braços, desequilibrando-o com sua perna direita e jogando-o violentamente em seguida para o outro lado da ponte. O rapaz voou como um jato, levantando a mesma poeira que havia subido antes quando avançou, mas agora em sentido contrário, e ainda mais machucado, ao bater com a cabeça no parapeito da ponte.

Os dentes do garoto raspam a madeira, soltando uma lasca como se fosse uma lixa, e logo seu corpo estava quicando sobre a água, uma, duas, três vezes antes de aterrissar numa parede de rochas, marcada caprichosamente com o desenho de seu corpo.

— Não ouse tocar meu corpo assim novamente, OUVIU! — a Jounin não mediu forças, nem para jogar o aluno, e nem para gritar alto o suficiente para que a informação entrasse logo em sua cabeça. — Eu já sabia que você tinha problemas em se conter, mas não imaginava que fossem em um nível tão crítico! — agora, respirando fundo, ela olha para Raigetsu — Já você é mais educado do que imaginava. Muito prazer, Raigetsu. E... ainda falta você, menina. Apresente-se.

— “Hai” — principiou a garota, com um leve aceno de cabeça — Sou Maya Satsuki. Tenho 11 anos, sou natural da Camélia também, mas infelizmente não pude me graduar na Academia como os outros dois. Eu fui instruída como shinobi pelos meus tutores e fui graduada genin de forma especial pelo Tenzen-sama, nosso Moritama. Minha ambição... — ela para um pouco, tenta balbuciar alguns vocábulos, mas nada consegue. Quando finalmente parecia que ia dizer algo, foi interrompida.

— Tudo bem, já é o suficiente, Satsuki. Levante-se, Minamoto. Se possuem algo mais a dizer, que digam, pois depois, cuidaremos somente de “trabalho” — falou Nayumi, com tom sério e rígido.

Minamoto ficara imóvel dentro da rocha ouvindo a apresentação de Satsuki, e quando ouve o chamado de sua sensei estende seu braço com o polegar erguido, em um sinal de positivo. Tremia levemente, mas afirmava com aquele gesto que já poderiam começar "O trabalho" — "Que azar, só mulheres que se fazem de difícil no meu time... Mas conseguirei suas calcinhas, custe o que custar." — Minamoto pensava esperançoso, sem deixar escapar suas ambições.

Enquanto isso, Raigetsu, ao lado de sua mais nova companheira, não tinha escolha senão observar as subsequentes cenas constrangedoras de assédio sexual com uma imensa gota escorrendo por sua cabeça. Se todos os dias fossem como aquele, certamente não duraria uma semana até que Minamoto-kun fosse hospitalizado por múltiplas fraturas e sangramento interno. Com um suspiro, finalmente, retomou certa seriedade perante a apresentação de Satsuki, cruzando seus braços e observando o súbito nervosismo da menina. Quando a sensei interrompeu, foi então sua deixa para tranquilizá-la — Não me importo que tenha recebido aulas particulares. No fim, somos companheiros de toda maneira, então não há porque ficar nervosa, certo?! — Concluiu com um sorriso terno, e seguiu para o lado da sensei, de maneira a repentinamente adentrar modo chibi e fitá-la com gigantescos olhos brilhantes de pura admiração — Sensei-onee-san! Quando vai nos apresentar seu antigo time ultrafamoso?! — Inquiriu, de maneira ingênua.

— Que, como, onde, hum? — a Kunoichi não pôde evitar gesticular embaraçadamente enquanto dizia vocábulos sem sentidos ao ouvir Raigetsu perguntar sobre o último time de alunos do qual tinha cuidado. Recompondo-se, e simplesmente desconsiderando o assunto, ela sinaliza para que todos fiquem lado a lado à sua frente. Feito isso, a jounin põe ambas as mãos na cintura, enquanto olha atentamente para cada de seus novos alunos. Recobrando o tom sério, ela começa a explanação sobre o motivo de todos estarem lá naquele fim de tarde.

— Como já estão cansados de saber, hoje vocês são shinobis. Em tal condição, uma gama muito grande de responsabilidades começa a cair gradativamente sobre seus ombros. Vocês devem honrar sua Vila e a bandana que carregam. Devem honrar seu mestre e seus companheiros. Em cada missão que realizarem, por mais simples que seja, esta honra estará em jogo. E mais do que isso: estarão em jogo as suas vidas e a de seus companheiros. — ela caminha até Raigetsu e põe a mão suavemente sobre sua cabeça. Com o gentil toque da professora, Raigetsu fechou um dos olhos, tendo este encoberto por seu cabelo que desgrenhou-se de leve; em seus lábios, um modesto sorriso de satisfação. — Gestos de conforto como o que você acabou de demonstrar são exemplos do tipo de preocupação que vocês devem ter com seus amigos. E, para protegê-los sempre e da melhor forma possível, vocês devem conhecer ao máximo um ao outro. Por este motivo, eu não aceito como alunos ninjas sem ambição, como já disse, e genins que não se esforçam em realmente ser um time com seus companheiros.

— Então, para efetivamente serem meus alunos, vocês precisam passar em um teste antes. O teste é algo facultativo para os tutores Jounins, mas eu sempre faço questão de usa-los. Afinal, tenho que manter minha reputação de ter ótimos alunos, não é mesmo?
— disse ela com um largo e pouco convincente sorriso. — Mas, voltando, sobre teste... Nele, vocês terão que ficar dois dias ou mais fora da vila. Então, o que vocês devem fazer hoje é voltarem para suas casas e preparar seus pertences. Lembrem-se de levar tudo o que acham necessário ter em uma missão fora da vila, e esta acaba sendo a primeira etapa do teste. Depois, nos encontraremos aqui, neste mesmo local, exatamente no nascer do sol. Entendidos?

Instantaneamente, os olhos de Raigetsu se arregalaram perante a novidade: um teste para admissão definitiva! Sobreviver fora da segurança da Camélia parecia pouco assustador perto de ter que lidar com a presença opressora de Minamoto por quarenta e oiro horas consecutivas. Paciência não era a questão, mas sim seu limite físico! Em sua mente, já imaginava o choro de seus pais e irmã, que se jogavam sobre um caixão em cuja tampa jazia o nome "Shiroiyama Raigetsu". De volta ao mundo real, numa súbita reversão temporal em forma de espiral, o Genin apenas abaixou a cabeça, envolto em uma aura arroxeada — Hai, Sensei... — Sussurrou deprimido conforme seu corpo encolhia.

Enquanto isso, Minamoto estava alinhado ao lado de Maya, encarando sua sensei com um sorriso banguela no rosto e várias outras faixas e ataduras providenciadas por Raigetsu. Em seu rosto, um largo sorriso que poderia facilmente subestimar sua inteligência. Prestava pouca atenção no que a sensei dizia; talvez o fato de estar ombro a ombro com Maya fosse a razão. O vento esvoaçava o cabelo da moça e o genin podia sentir o perfume dela. Novamente suas narinas estavam dilatadas e seu rosto inclinado na direção da kunoichi. Só conseguira pegar a explicação final de Aoki, sobre o teste, e com um aceno de cabeça deixava claro que havia entendido. O fato de estar ao redor de mulheres perigosas não o intimidava, na verdade se sentia mais inspirado a mostrar serviço.

Olhava Sensei Aoki cair na lábia daquele "ursinho de pelúcia falsificado", cruzando os braços e suspirando enquanto se indagava. — "Que inocente, caiu nesse truque antigo!!" — Finalmente já podia se dirigir a Satsuki mais recomposto, tomando a mão da Kunoichi a acariciava e logo em seguida dava um beijo. — May-chan, nos vemos amanhã!! — Em seguida engravatava Raigetsu e começava a caminhar para se preparar para o teste. — E então Rai-chan, conte-me as novidades e me diga as expectativas que você tem para esse time?!

Ao gesto mais contido de Minamoto até o momento, Satsuki respondeu com um sorriso. Em seguida, a mesma reverenciou a sensei, e caminhou para também deixar o local. Já um pouco distantes, os genins ainda puderam ouvir algumas palavras, pensamentos altos, da Jounin. — Tsc... São realmente uns moleques... Vamos ver o quão bom eles podem ser. Mas geralmente você não erra em seus palpites, não é, Tenzen-sama...?


Última edição por Fësant em Dom 17 Jul 2011, 00:32, editado 7 vez(es)
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty Re: {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Qua 29 Jun 2011, 00:52

(...)

E um novo dia estava prestes a amanhecer na Vila Oculta da Camélia....

No inicio de noite anterior, ao chegar em casa, Raigetsu tratou de rapidamente informar seus pais da grande novidade - não fosse todo o apoio que adquiriu desde sua infância, seu destino seria outro, afinal. Ao longo daquela noite, as luzes do quarto do Genin não se apagaram por um único segundo - lá dentro, tilintar de metais poderia ser ouvido, untados por súbitos grunhidos de serras e o esbravejar de um maçarico!

No dia seguinte, estava inteiramente preparado! Com o nascer do Sol pôs-se logo de pé, e do canto de seu quarto puxou para si o que parecia ser um caixote de madeira com duas alças em estilo mochila. Nos braços, carregou consigo a bolsa de viajem, e dessa maneira saiu de casa, rumo a Ponte Vermelha - como sempre, deveria ser o primeiro a chegar. A imagem que os demais teriam de Raigetsu, entretanto, não era das mais comuns. O menino trajava consigo um capacete improvisado feito a partir de uma panela; protetores de pescoço forjados da mais poderosa garrafa de refrigerante; ultra caneleiras cujo brilho, proveniente das latinhas de feijão que usou para criar, ofuscava o próprio Sol! Aquele era seu Traje Definitivo de Proteção Corporal Contra Opressões Extremas em Versão 2.0 Minamoto Defender! Parou na ponte, e lá ficou, ao lado de sua mochila, observando cada sombra como se estivesse a espera de um terrível ataque.

(...)

Minamoto, em seu pequeno e modesto dormitório, recolhia tudo que via pela sua frente, tudo que poderia lhe ser útil na missão, os suprimentos necessários que permitiriam sobreviver por longos dois dias. Tinha certeza que o teste não era somente composto por sobrevivência. Poderia jurar que Aoki-sensei tinha surpresas guardadas para eles durante o tal teste. Após 1 hora tinha preparado sua mochila, fizera uma excelente refeição a fim de não precisar comer por um bom tempo, preparara seus equipamentos em seus bolsos assim como suas armas.

A noite estava caindo e antes de dormir abria o ponto falso de seu armário revelando seu bem mais precioso: a coleção de calcinhas o seu troféu pessoal! De todos os tipos e cores diferentes, cada uma pertencia a uma única dona, um total de 327 itens estavam caprichosamente dobrados e catalogados com grande organização. Em um olhar mais atento dois compartimentos estavam vazios e Morimoto estava escrevendo algo e logo os etiquetando. — "Maya Satsuki" ... "Aoki Nayumi". — Batendo as palmas das mãos uma única vez fazia uma reverência; em seus olhos a determinação que lhe definia tão bem. — Osu!! — Cuidadosamente fechava seu compartimento secreto e logo tratava de dormir. Horas mais tarde o dia nasceria. Minamoto tratou de tomar um bom banho e estar bem apanhado para passar dois dias com Maya, e logo se via a caminho da "ponte vermelha".

(...)

Horas depois, os três genins já se encontravam todos na Ponte Vermelha. Posterior e pontualmente, Aoki Nayumi também chegou. Após os cumprimentos de costume, a Jounin pediu que os três a seguissem. O grupo, então, começou a caminhar, saindo da Ponte Vermelha, percorrendo o leito do Rio Tanetori que cortava a vila, até chegar na saída principal da Camélia. Lá, cumprimentaram os shinobis que estavam de guarda. Nayumi, particularmente, se aproxima dos dois, conversando rapidamente com ambos, e depois volta a caminhar rumo ao exterior da Vila, seguida pelos três alunos.

Todos então caminharam calmamente por um dia inteiro, percorrendo uma estrada bem definida e segura, largamente utilizada por comerciantes que se dirigem à Vila. Durante o caminho, há conversas, risos, empurrões, tapas e chutes (coisas que se definiram como corriqueiras naquele grupo). A interação entre os viajantes foi boa o suficiente para que eles mal sentissem o tempo passar. Quando deram por si. Já era noite.

Nayumi então levou o grupo para fora da estrada, adentrando a densa floresta até alcançar uma clareira. — Aqui é um bom lugar. Como já é noite, não podemos mais percorrer a estrada. Vamos ficar aqui e acampar. Amanhã, assim que acordarmos, começaremos o teste. Vamos, vamos! Precisamos fazer uma fogueira...

Minutos depois, estavam todos acomodados, fogueira acesa e corpos cansados da viagem. — Agora descansem. Descansem o máximo que puderem, pois amanhã terão um longo dia pela frente... Boa noite. — Disse a Jounin, sem cerimônias, enquanto se recolhia em seu saco de dormir.

Sem questionamentos, Minamoto erguera o acampamento, noções básicas de sobrevivência era uma tarefa fácil para qualquer Genin. Estava um pouco cansado da viagem, mas nada que fugisse o habitual. Deitado em seu saco de dormir, apoiando a cabeça com uma das mãos, seu corpo estava de lado virado na direção de Maya, mantinha o sorriso que deveria ser irritante em seu rosto, enquanto admirava sua colega de equipe. Aparentemente tentava se manter acordado esperando que todos dormissem antes dele; durante todo o tempo pensava se ia ou não atormentar Raigetsu para não perder o costume, mas tão logo o sono se mostrou maior que qualquer vontade. E após um bocejo se despedia... — Boa noite May-chan, Rai-chan, Aoki Sensei ... - Se virando para o lado, preparava-se para dormir, mas logo se lembrava e dava seu aviso “cortês”. — May-chan caso tenha medo de alguma coisa durante a noite pode vir deitar do meu ladinho, eu nem me importo de forma alguma!! - Dava algumas batidinhas no chão ao seu lado reforçando a "gentileza".

Conforme o acampamento era finalizado, Raigetsu deixou seu último comentário. — Sensei-onee-chan, acho que deveria se proteger mais durante a noite... Raigetsu deixou seu último comentário, conforme encarava Minamoto com extrema desconfiança - uma professora tão rígida, famosa, eficiente e de histórico perfeito era digna de ser defendida! Bom, mesmo que por "defesa", o máximo que pudesse fazer fosse dar um aviso vago e indireto; sua saúde estava em risco, afinal. Tratou de deitar-se em seu saco de dormir logo em seguida, estirando os braços em demonstração de cansaço, e não custou muito até que finalmente pegasse no sono. O dia seguinte seria o dia da verdade!

(...)

Raiou o dia em meio à floresta. Os finos raios de sol que alcançavam os rostos dos genins, e o som das folhagens balançando ao vento, fizerem o papel de despertador natural para os mesmos. Pouco a pouco, eles iriam acordando, recuperando cada um dos sentidos até finalmente estarem despertos por completo. Todavia, o que realmente chamou a atenção de Minamoto e Raigetsu foi a voz de Satuki.

— Nayumi-sensei! Nayumi-sensei! Nayumi Senseeeei!!! — cada vez que chamava pela tutora, a garota parecia estar mais aflita. De imediato, os dois garotos foram acudir a pequena moça, um mais rápido que o outro, até que finalmente entendem o que havia ocorrido: Aoki Nayumi não mais se encontrava no local. Em vez disso, no lugar onde antes estava seu saco de dormir, havia um pergaminho de cor branca, não muito grande, enrolado com uma fita e um nó que o fechava. Minamoto, que havia chegado primeiro para acudir Satsuki, pegou o pergaminho assim que o notara, abrindo-o e lendo em voz alta para que todos soubessem do conteúdo.

Bom dia, garotos! Bom dia, Satsuki! Não se desesperem. Não, eu não fui raptada na calada da noite. Na verdade, tal acontecimento já estava planejado desde o início. Deixei vocês durante a noite por vontade própria, e para um propósito bem definido. A exato 1 dia de caminhada, na direção oeste, está nossa Vila. Vocês devem chegar até a mesma por conta própria, enfrentando os possíveis perigos sozinhos e aprendendo na prática e na adrenalina a trabalhar em grupo. Nós da Camélia somos bem conhecidos como grandes rastreadores, e nunca nos perdemos dentre as densas florestas de nosso País. Claro que não desejo necessariamente que vocês se especializem em rastreio, mas devem ao menos ter o nível de habilidade necessário para a sobrevivência. Finalizando: vocês têm até o amanhecer do outro dia para chegarem na vila. Se não conseguirem, não os reconhecerei como meus alunos. Até amanhã, e boa sorte.
Aoki Nayumi.

— O que?! Nós três sozinhos? Não, não, dá! Somos muito jovens, inexperientes, ai meu Deus! — Satsuki levou ambas as mãos ao rosto, frente à boca, contendo a respiração ofegante causada pelo súbito acontecimento. — O que faremos agora? O que faremos?!!!

Minamoto, ao terminar de ler abria um sorriso, mas, diferente dos demais, este era mais sereno e descontraído; passava uma segurança muito maior, do tipo que Maya não havia sido apresentada e que talvez Raigetsu conhecesse. Dobrava a mensagem, guardando-a em um dos bolsos, e se dirigia a seu saco de dormir, logo começando a dobra-lo. Frente à preocupação de Maya fala. — Não precisa se preocupar, pois como a Sensei mesma disse, a Vila da Camélia é notória pelos seus shinobis competentes na arte de sobreviver, e nós somos shinobis da vila, então estamos aptos a conseguir! Se nós chegamos até aqui, podemos muito bem voltar sozinhos, no entanto é melhor entrarem em estado de alerta, tenho certeza que não vai ser tão simples quanto ela quis passar para agente.

Já estava com a mochila sobre suas costas, pronto para partir mesmo sem ter amanhecido por completo; o sol apareceria em pouco tempo, e eles descansaram o suficiente durante a noite. — Rai-chan, parece que o Morimoto Defender vai ter outras utilidades!! - Observava os componentes do acampamento, tentando se posicionar em relação ao caminho de onde vieram da mata fechada e logo fala o obvio. — Tudo se resume a encontrarmos a estrada, se conseguimos voltar para lá será fácil chegar à vila. Se preparem, vamos partir quando estiverem prontos... - Caminhava em direção à fogueira e reunindo alguns pedaços de madeira tratava de acender uma tocha para utilizar pelo que restara da noite.

Por sua vez, ao término da leitura mensagem, Raigetsu levou uma das mãos em direção à nuca, adicionando à pose um suspiro de preguiça. Diferentemente de Satsuki, tanto ele quanto Minamoto não se deixariam abalar por algo tão simples quanto estar sozinho - ambos, por quais motivos fossem, já estavam acostumados a se virar, afinal. Com um sorriso, puxou da cintura uma concha de feijão feita de ferro, cuja ponta possuía um prego maldosamente posicionado para furar, feito uma clava.

— Yare, nem cheguei a utilizar minha poderosa arma secreta - Respondia, balançando o prego afiado no ar de maneira a criar zunidos em sua passagem. Voltando a guardá-lo, seguiu rumo a sua mochila, que tratou de pôr nas costas, quando então se voltou para Satsuki com o mesmo sorriso que havia exibido na ponte no dia anterior — Sabe, Satsuki-san ... Apesar dos pesares, Minamoto-kun é um cara bastante confiável. E eu também não pretendo ficar parado. Sendo assim, não tem porque ficar com medo, certo?! - Terminou seu discurso, quando, feito na última vez, concluiu a cena séria transformando-se num bonequinho chibi que caminhava rumo à floresta enquanto assobiava um musiquinha de elevador. Sejam quais desafios fossem, estava certo de que aquele grupo daria conta do recado!

Satsuki olha ambos os companheiros com doçura, balançando a cabeça afirmativamente para os mesmos enquanto estes começavam a andar pela floresta. Rapidamente ela também arruma suas coisas e corre para alcançar os outros dois, caminhando no meio, entre eles. O medo que aquela situação inédita havia causado ainda estava lá, mas, estando com aqueles dois, ela se sentia segura.

Minamoto, tomando a frente da caminhada, segurando uma tocha para iluminar o resto de escuridão que ainda havia, prosseguiu andando e andando, conforme seus instintos e percepção. Todavia, seus conhecimentos não foram hábeis os suficientes para encontrar a estrada e, no final, acabaram andando por vários minutos com a sensação de não estarem indo efetivamente a lugar nenhum. Para ajudar, Raigetsu ajudou o outro genin, palpitando sobre qual caminho seguir. Entretanto, tal ajuda atrapalhou ainda mais o grupo, que agora sim estava efetivamente perdido. Por fim, Satsuki tomou coragem e tomou a frente da caminhada. Ela não se recordava direto do caminho que eles seguiram da estrada até a clareira, pois a noite dificultou esse processo de memorização. Mas, pelo menos, atentou-se para o caminho que percorreram até então e levou novamente os garotos até a clareira. Pelo menos lá, estariam seguros enquanto pensavam em uma nova alternativa.

Ao notar que rodaram, rodaram, e no fim apenas retornaram para a maldita clareira, Raigetsu levou a mão a testa em sinal de perda das esperanças e, finalmente, deixou escapar — Minamoto-kun, suas super-narinas não seriam capazes de seguir o rastro do perfume da sensei, seriam?

— Parece que foi um pouco mais complicado que o esperado, precisamos partir de um ponto fixo... - Olhava ao redor, buscando o lugar ideal, encontrando uma árvore que poderia permitir uma visão que facilitaria o rastreamento da trilha que os levasse para a estrada. Caminhando até a árvore, concentrava no trajeto uma fina camada de chakra em seus pés iniciando uma escalada usando seu Kinobori. — Se eu cair Rai-san fica embaixo para amortecer a queda com o Morimoto Defender.

Enquanto Minamoto-kun habilmente subia a árvore, Raigetsu bateu continência e posicionou o Minamoto Defender sob a área de queda - vazio, entretanto. O impacto ainda seria um tanto quanto doloroso, e seu corpo magrinho não serviria de bom amortecedor. Observando as proezas de seu companheiro, aproximou-se de Satsuki, e perguntou de maneira descontraída — Satsuki-san, você é um tanto tímida, não é mesmo? Desculpe se for muito intrometimento, mas ... Sua ambição, qual era? Sensei-onee-chan não deixou que você nos dissesse. — Concluiu, e em seguida gritou, com as mãos em cone na boca, para propagar a voz — Minaaaamooootooo-kuuuun! Cuidado aí em ciiiiiima! — Foi então que, finalmente, voltou o olhar para a garota, aguardando sua resposta.

Quando viu que Raigetsu reconheceu sua timidez, a garota, logicamente, ficou contraída e relutante ao falar. Quase baixou o olhar uma vez, mas esforçou-se para erguer o rosto e olhar nos olhos do companheiro, como se fosse um exercício que estivesse cobrando a si mesma. Minutos depois, quase surrando, respondeu.

— Sim, Raigetsu-san, sou bastante tímida... Não tanto por ser de minha própria personalidade, eu acho... Mas... é algo que faço meio que... inconscientemente... para confinar em meu interior aquilo que não gosto em mim mesma... pelo menos foi isso que o Moritama-sama me disse uma vez. Tenzen-sama também me disse para me esforçar para olhar nos olhos das pessoas, que isso me ajudaria... não sei se vai ajudar mesmo, mas, estou tentando... — a garota parou momentaneamente, como que para conseguir mais forças para falar sem timidez. — Sobre minha ambição... o que eu realmente quero... é ....

Enquanto isso, Minamoto havia usado seu chakra para andar horizontalmente pela superfície de uma árvore, subindo pela mesma até seu topo. Estando lá, Minamoto consegue ao longe um resquício de imagem que pode ser identificado como uma estrada. Agora, ciente da direção exata de onde a mesma se encontra, chegar até lá seria mais fácil. Entretanto, esta não foi à única coisa que chamou a atenção do genin. Não muito longe deles, algumas árvores de troncos aparentemente mais finos balançavam, como se algo grande caminhasse pela floresta e fosse empurrando as mesmas.

O sinal da estrada lhe trazia contentamento, marcava bem os pontos de referência que poderiam ser usados para que chegassem ao destino sem se perderem novamente. Um olhar mais atento fazia com que o movimento incomum das árvores chamassem sua atenção, e pelo padrão do movimento seja o que movimentasse entre elas era grande e deveria ser evitado. Não podia afirmar que seja lá o que aquilo fosse estava indo na direção do grupo, mas não ficaria ali muito mais tempo aguardando.

Descia em disparada pela arvore saltando os últimos galhos a fim de chegar ao chão de forma segura, ao tempo em que se comunicava com a equipe sem perder tempo. — Encontrei a estrada, temos que ser rápidos, porque tem alguma coisa causando uma movimentação intensa no centro da floresta e não quero encontrar nenhum contratempo, e caso tenhamos algum, melhor que seja já na estrada. — Aproveitando o momento, agarrava Maya pela mão e começava a se movimentar em direção à floresta; encontrar o caminho seria fácil, bastava seguir o trajeto que traçara.

E em meio à conversa com Raigetsu, Maya era subitamente raptada pela pressa de Minamoto-kun; por pouco, tão pouco, Raigetsu não ganhou ao menos um pouquinho a mais de conhecimento sobre sua nova companheira — Yare, é a vida. — Disse para si mesmo, conforme bateu em retirada na retaguarda do grupo, sacando de suas costas a pequena katana que sempre trazia consigo; em momentos de desespero, é bom se prevenir, afinal.

Os genins correm apressadamente. Seja o que for que estava andando pela floresta, eles não desejavam esperar ali para saber. Orientando-se pela sua visão anterior, Minamoto corria entre as árvores, em um caminho certo e convicto, puxando Satsuki pelas mãos. E já estavam quase na metade do caminho quando a kunoichi parou repentinamente de correr.

— Meu... Meu pingente... Não está aqui! — disse ela, levando a mão ao tórax. Inicialmente, Raigetsu e Minamoto não entendiam sobre o que ela falava, mas depois, consultando melhor e rapidamente a memória, eles lembraram que uma vez ou outra ficava visível no tórax da menina, um pouco sob a roupa, um pingente cilíndrico de intensa cor vermelha. — Eu acho que... foi isso! Quando você me puxou eu estava com as mãos nele, Minamoto! Ele deve ter se desprendido. Precisamos voltar! Não posso ficar sem aquele pingente! Ele é muito importante para mim, vamos! — e sem ao menos esperar a resposta dos outros dois, Satsuki correu no sentido oposto, buscando voltar à clareira.

Quando a menina mencionou o objeto, Raigetsu foi incapaz de contradizer, por mais absurdo que fosse tomar o caminho de volta - ele próprio possuía algo de grande valor que não largaria tão fácil e, por coincidência, tratava-se também de um mesmo objeto. Por mais que sua vontade fosse ajudar Satsuki a encontrar o pingente, não poderia permitir que o grupo inteiro voltasse - de maneira brusca, jogou-se no caminho da garota, a fim de pará-la, enquanto esperou que Minamoto-kun se oferecesse para retornar e buscar o objeto sozinho. Sua intenção era deixar que o amigo ganhasse alguns pontos, mas caso este fosse contrário a ideia, ou não entendesse o recado, Raigetsu sabia que provavelmente não resistiria voltar para pegar o pingente ele mesmo — Desculpe, Satsuki-san, mas não podemos voltar agora! — Disse, enquanto a encarava de maneira a demonstrar certa tristeza em relação ao ocorrido.

— ... ?! — O desespero de Maya pegara Minamoto de surpresa; a kunoichi não hesita ao abandonar a formação e retornar a clareira, algo muito arriscado; queria evitar que a garota tomasse a dianteira em qualquer circunstância, mas era tarde demais. Por sorte, Raigetsu parou a garota a tempo. Entretanto, Minamoto sabia que Maya não iria aceitar que um deles fosse procurar o pingente no lugar dela, logo ele deveria ser a última defesa. — Rai-chan, vá com ela. Eu vou me posicionar e ver o ponto de origem do que quer que seja nossos problemas. Ela não pode ficar sozinha, e também eu não vou perder o sinal de vocês; posso ver a clareira do topo das árvores. Esperem-me lá e não deixem o local até que eu chegue!!

Com a resposta inesperada de seu companheiro, Raigetsu transformou-se numa estátua de pedra que logo virou pó ao ser levado pelo vento. "Minamoto-kun, não te compreendo mesmo ...", pensou em tom melancólico pelo esforço desperdiçado. Não lhe restava escolha senão tomar o problema e resolvê-lo de uma vez. O ritmo de sua circulação de chakra se elevou abruptamente, conforme, redirecionada, uma parte propagou e finalmente vazou das veias para o exterior, sendo injetada no músculo das pernas. Inexplicavelmente mais veloz, Raigetsu partiu em caminho de volta, trazendo no olhar uma seriedade que contrastava por completo com o usual semblante ingênuo que tinha poucos momentos atrás. Desta vez, complicações sérias poderiam surgir — Não tem jeito, né? — Disse para Satsuki, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

Raigetsu então corre na frente, seguido logo atrás por Satsuki. Minutos depois, estavam na clareira. A missão agora era procurar e achar o bendito pingente, para voltar o mais rápido possível. Todavia, logo que chegaram, algo tirou a atenção dos mesmos. Algo grande... bem grande. A informação cedida por Minamoto de que algo percorria a floresta empurrando árvores agora ficava clara. Diante deles, uma serpente gigante sibilava ameaçadoramente. Seu enorme corpo foi pouco a pouco se revelando por dentre as árvores que circundavam a clareira. Os olhos do animal fitavam os dois genins de forma quase que paralisante. Diante daquela situação, e daquelas pupilas verticais em íris douradas, era impossível sentir medo. Um dos primeiros perigos do teste passado por Nayumi estava agora diante de Raigetsu e Satsuki.

(...)


Última edição por Fësant em Dom 17 Jul 2011, 22:53, editado 30 vez(es)
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Mensagem  Fesant Sex 01 Jul 2011, 00:07

A grande serpente encara suas duas presas, de cabeça erguida, movendo-se vagarosamente e aproximando-se dos dois genins. Seu corpo era negro, com algumas manchas em tom mais claro, um tanto próximo do amarelo, e pelo tamanho de sua boca a mesma poderia abocanhar um deles com grande facilidade. Alguns metros distantes dali, Minamoto ainda não desconfiava do que se passava naquela clareira. E, naquele lugar, procurar pelo pingente de Maya Satsuki era a última coisa que a própria kunoichi possuía em mente.

— Raigetsu-san... estou com a impressão de que esta coisa não vai nos deixar procurar meu pingente e ir embora depois... — disse a menina, levando a mão direita ao peito enquanto dava um passo para trás, contraída pelos olhos do imenso predador.

Após o primeiro passo para dentro da clareira, Raigetsu sentiu o corpo congelar e o coração socar o fundo de sua garganta no que constituía o maior susto que já havia tomado em sua vida! Suas mãos tremeram, e como reação quase instantânea, deu um passo para trás. Segundos passaram, face a face com a besta selvagem, até que recobrasse um mínimo de sua consciência para que pudesse raciocinar em cima das circunstâncias — Satsuki-san ... É melhor voltar ... e chamar Minamoto-kun. Eu fico ... para proteger sua retaguarda. — Balbuciou em desespero, engolindo a seco perante sua própria decisão. Para segurar um monstro daqueles, por si só, seria necessário que antes de mais nada recobrasse a maldita coragem! Em determinação, o menino fechou seus olhos, quando então ordenou — Agora! — E aguardou que ao menos uma das fontes de preocupação se mandasse de vez dali.

Satsuki ouviu as palavras, surpresa e tão temerosa quanto Raigetsu. A genin até ameaçou sair, mas logo parou, ficando alguns segundos em silêncio antes de falar — Mas e você?! Olha o tamanho desta coisa!! Você não está aguentando os cascudos do Minamoto, como vai segurar isso?? Não vou... não posso deixar você sozinho...! — a menina então levou sua mão esquerda à pequena bolsa que trazia amarrada à perna, retirando três shurikens. Apesar da determinação na fala, era notável que o corpo dela não correspondia tanto a este intento. Sua face corava frente ao medo. Sua testa suava frio, e suas pernas tremiam levemente frente ao bestial inimigo.

Por ironia do destino, ou mera coincidência, aquelas palavras foram compostas na exata ordem necessária para que a coragem retornasse ao coração do menino. Se era capaz de sobreviver às brincadeiras de Minamoto-kun, ao desprezo de seu próprio irmão, às tão recentes mudanças em sua vida e, finalmente, a cada segundo que passava carregando consigo suas memórias, porque agora deveria ser diferente em qualquer aspecto? Com um suspiro, o menino levou a mão até sua testa — Baka... Não deveria me subestimar de maneira tão óbvia. Anda logo, me deixa brincar de herói pelo menos mais um pouquinho. — Disse, quando finalmente, olhou para trás, e então sorriu. Dali em diante, estaria numa situação de vida ou morte - porém, desta vez, por escolha própria. Esse pequeno detalhe era de toda a diferença.



— Baka? Eu? Ahhhhh! Tudo bem! Que moleque chato...! — assim dizendo, Satsuki partiu correndo de volta ao ponto onde Minamoto deveria estar esperando. Alguns metros depois de correr, a garota grita — Se eu encontrar você morto quando voltar, eu te busco do inferno pra te matar de novo! — e finalmente os passos dela deixaram de ser ouvidos por Raigetsu. O menino reconforta-se por não precisar mais se preocupar com a parceira. Entretanto, ao ver uma de suas presas partir, a grande serpente se revolta, avançando violentamente contra o genin. Apesar do tamanho, os movimentos do animal eram rápidos e presos. Quando Raigetsu deu por si, a grande cauda da serpente ascendia contra seu corpo a fim de derruba-lo.

Antes que se desse conta, Raigetsu havia perdido as chances de sobrepujar a velocidade - que, por sinal, não eram nada pequenas - do gigantesco animal. Sua calda percorria caminho através do vento e deslocou o ar, vindo em sua direção, o que forçou o Gennin a tomar medidas mais drásticas para escapar ser pego na ampla espessura do corpo do animal. Formando um único selo, rezou para que os treinos na academia e sua alcunha de gênio não fossem somente para exibição; se funcionasse, a cobra perderia sua presa de vista e atingiria um pedaço de tronco ou galhos recolhidos da floresta.

E de fato as habilidades com Ninjutsu de Raigetsu foram superiores ao ataque da serpente. O ataque da mesma atingiu um corpo inanimado, um pedaço de madeira queimada usado pelo grupo para montar a fogueira na noite anterior. A madeira voou longe, atingindo uma árvore e partindo-se ao meio. A cobra então fica confusa com a cena, mas isto não a impediu de continuar “tateando” o ar com sua língua a fim de captar o odor de sua presa e reencontra-lo. Raigetsu, momentaneamente à salvo, encontrava-se em uma árvore ao lado, sobre um galho, tentando ocultar o máximo possível a sua presença.

Agora sob a proteção das sombras da floresta, restava-lhe traçar a estratégia; cobras guiam-se através do cheiro captado pela língua. Bastaria "cegá-la" para que a luta se tornasse algo fácil e prático como abater uma galinha - utilizando de sua projeção de chakra, Raigetsu forçou energia de maneira nociva contra os músculos da perna, afim de obter maior velocidade. O genin saltou da árvore contra a cabeça do bicho, vindo rápido com espada em punho para desferir dois cortes consecutivos na coisa bifurcada que serpenteava fora da boca da cobra. Então avançou impetuosamente. O primeiro ataque conseguiu cortar levemente a língua da cobra, todavia o animal estava mais alerta na segunda investida, e conseguiu recuar sua cabeça para evitar o corte. Raigetsu, então, pousa ao chão, bem de frente à serpente.

Paralelamente, alguns metros distantes dali, Minamoto observa Satsuki correr desesperada em sua direção. A menina devia ter corrido o máximo que pôde, chegando ofegante, corada e molhada de suor. Colocando as mãos no joelho, ela respirava fundo, o mais fundo que podia, a fim de recuperar o fôlego, enquanto desesperadamente tentava falar.

— Mi... na... moto-san..., o... Raigetsu... es... tá... cobra... gi... gante... Pre... ci... samos... voltar! — completou finalmente, reerguendo e mais recomposta. — Rápido! Precisamos ajuda-lo!

Vendo Maya correndo em sua direção com tamanha urgência lhe deixava feliz; de longe seus olhos se fechavam e em sua mente o devaneio de muitas coisas "proibidas para o horário nobre"; para completar a cena, via a kunoichi ofegante e ainda linda o que deixava a cena muito mais sexy. O jovem membro dos Kugashira ia de encontro a colega de equipe com braços abertos, o rosto vermelho, narinas dilatadas e olhos semi-cerrados. — May-chan, venha para os braços de seu shinobi encantado ... — Sua mente não permitia compreender as palavras que saiam da boca de sua musa, na verdade nem prestara muito a atenção, só queria tê-la em seus braços e sentir o cheiro de baunilha.

Ofegante e cansada, Satsuki não pôde resistir ser abraçada, e na verdade a garota estava tão atordoada que demorou a entender o que realmente se passava. Quando recobrou completamente o bom físico e se viu naquela situação, prontamente elevou sua mão esquerda em punho fechado até o queixo de Minamoto, que praticamente voou até cair atordoado no chão. Ainda corada, a menina gritou:

— Isso é hora de pensar nessas coisas, seu moleque tarado! Eu tô aqui dizendo que o Raigetsu está prestes a ser comido por uma cobra gigante e você fica pensando nessas asneiras?! Precisamos ir, logo! Vamos, Vamos! Levante-se logo!

O corpo anestesiado graças à sensação de ter o corpo quente e ofegante de Maya próximo ao seu fora o necessário para não sentir as dores do golpe recebido. Levantara voo com o queixo levemente amassado caindo de cabeça no chão, enterrada como um prego. Guiando ambas as mãos no chão puxava a cabeça pra fora, encarando Maya com olhos de coração, mas seu grito permitiu que Minamoto acordasse e percebesse que Raigetsu estava em perigo. Instantaneamente seus olhos assumiram a seriedade. Se recompondo dos golpes, se punha de pé e em uma velocidade significativa começava a correr passando ao lado de Maya sem dizer uma única palavra, Minamoto já estava correndo por entre as árvores em disparada. Pela direção que a mesma veio, podia afirmar que o ataque estava sendo na mesma clareira por onde vieram; somente esperava que Maya pudesse acompanha-lo. "Aguente firme "Bibelo de Madame" estou a caminho!!"

— Ahh que bom que ele entendeu... — disse Satsuki, olhando para cima como quem agradece aos céus pela prece atendida. Sem perder tempo, a kunoichi também parte em disparada, novamente, com a pressa de quem tem um amigo esperando por ajuda. E do outro lado, na clareira, Raigetsu tinha acabado de falhar em sua tentativa de reduzir a capacidade ofensiva da cobra. Esta, agora de frente para sua presa, abre sua bocarra, mostrando suas presas, e avança contra o genin, de cima para baixo, a fim de mordê-lo.

Uma vez mais vinha de cima a maldita serpente! Seus dentes afiados reluziam com a pouca claridade local, mirados diretamente contra o pequeno menino que, corajoso, observou a situação e tratou de saltar para trás na esperança de evitar o golpe da cobra. Raigetsu observava, de maneira mórbida, o peso de sua espada elevar-se numa situação de tensão por efeito dum misto de medo e instinto de sobrevivência.

O movimento corporal evasivo de Raigetsu, todavia, não foi perfeitamente célere. Movendo-se 1m para trás, ele evitou que fosse totalmente abocanhado pela cobra. Entretanto, quando olhou seu braço direito, relembrou que na cena dos segundos passados uma das presas da serpente havia cortado o tal membro. De imediato, além da dor e ardência, o genin sentiu que seu corpo estava começando a ficar atordoado. Num rápido raciocínio, constatou que um veneno havia penetrado seu corpo. No momento, os efeitos do mesmo ainda não eram suficientes para causar qualquer prejuízo, mas se a luta se alongasse muito, as chances de permanecer vivo seriam mínimas.

Quando o calor percorreu seu corpo, pôde apenas arregalar os olhos e, imediatamente, pensar - "Fodeu!". Raigetsu cambaleou três passos para trás, ainda em posição de batalha, quando então brandiu sua espada no ar e adentrou uma postura diferenciada que lhe asseguraria melhor desempenho contra futuras investidas do inimigo - apesar de básica, a postura Shouja parecia ironicamente conveniente naquela situação. Uma vez mais, Raigetsu utilizou de seu trunfo, ainda que ciente das consequências; sua circulação elevada foi mantida e, instantaneamente, adveio disto uma dor agoniante em suas pernas que o forçou a semi-serrar os olhos por um instante. Uma vez mais, então, ele partiu! Com a cobra em baixa altitude, percorreu caminho até a maldita e saltou a fim de acertá-la com a ponta de sua espada no topo da cabeça. Bem sucedido ou não em feri-la, dali não pretendia se soltar; era a única posição da qual as presas não o atingiriam. Durante o golpe, deixou esvair sua frustração, gritando à medida que a lâmina descendia: — Aaaaaaargh!

Raigetsu concluiu sua ofensiva de forma eficaz. Saltando, ele finca sua katana na cabeça da cobra. O garoto aproveitou da visão privilegiada no alto da cabeça do animal para vasculhar a área rapidamente em busca do pingente que lhe pôs naquela situação! Se fosse cair, que fosse com o objeto em mãos, e caso o encontrasse, pretendia pegá-lo de uma vez para dar o fora dali. Continuar aquela luta, em suas condições, agravaria as consequências do veneno - "Droga ... Não posso me tornar bagagem para aqueles dois, não é mesmo?" - Pensou, sabendo que logo seria tomado por um incrivel cansasso e, em seguida, provávelmente cairia desmaiado.

A serpente, imersa na repentina dor, começa a sacodir sua cabeça de forma violenta, o que joga Raigetsu para a direita. O genin rola no chão, mas tal arremesso nada lhe causou e o mesmo levanta-se logo em seguida. Enquanto isso, a cobra se rebate de dor por alguns instantes.

Instantes antes de ser jogado, Raigetsu tinha vislumbrado um reflexo, um brilho diferente ao chão, alguns metros à sua esquerda. Depois que se levantou, correu imediatamente para aquela primeira pista e, para sua sorte, lá estava a pedra reluzente de cor vermelha que Satsuki havia perdido, ainda presa à gargantilha, que estava parcialmente quebrada. Contudo, não era o momento para comemorar. Naquela hora, a serpente já havia se recuperado do torpor causado pelo ferimento e avançava ainda mais furiosamente contra Raigetsu. O pingente havia sido recuperado, mas o inimigo ainda estava lá.


Última edição por Fësant em Dom 31 Jul 2011, 23:42, editado 11 vez(es)
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty Re: {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Dom 17 Jul 2011, 00:45

Lá estava ele! Numa corrida desesperada, Raigetsu usa dos segundos remanescentes em que seus músculos eram tonificados pela energia de seu corpo para agarrar nas mãos o pingente de Satsuki; não fosse o subsequente ataque da cobra, talvez tivesse até mesmo esboçado um sorriso de contentamento. Em reação rápida, o rapaz saltou para o lado, rolando no chão de maneira a esgueirar na grama e tentar evadir o bote do animal, conforme adveio novamente a preocupação que a pouco havia ido embora - quanto tempo lhe restava até que o veneno se espalhasse?

Para sua felicidade, mas por muito pouco, Raigetsu conseguiu lançar-se evasivamente ao chão a tempo. Se tardasse mais um ínfimo segundo as presas da serpente novamente iriam arranhar seu corpo. Apesar do momento de sorte, o genin percebe que seu corpo não reagiria tão bem da próxima vez. Quando deu por si, uma súbita sensação de torpor invadiu seu corpo, de modo que quase deixou escapar das mãos o pingente de Satsuki. Atacar e evadir agora seria bem mais difícil.

Com a ardência que lhe acometia, o genin titubeou para frente em temporária perda de equilíbrio; era hora de sair dali, e depressa! Malicioso, o garoto formou um único selo ao unificar ambas as mãos perante o tórax, e sorriu ao olhar para seu possível algoz — Sinto muito, Cobra-chan. Sua janta vai ficar pra outra hora. — Ali se manteve, estático feito estátua - ou, ao menos, assim o parecia. Raigetsu havia utilizado da técnica de troca, substituindo-se por um dos pedaços que havia sobrado da fogueira da noite anterior. Se bem sucedido, logo estaria em meio às árvores, e a partir dali bateria retirada com o que lhe sobrava de forças para encontrar Minamoto-kun e Satsuki-san.

Kawarimi no Jutsu. A básica técnica ninja novamente foi bem útil a Raigetsu, que deixou no lugar onde antes se encontrava um pedaço de madeira queimada. Por uns instantes, a cobra, ainda em cólera, fitou a cópia momentânea do genin que ali estava, imóvel, e como animal irracional que era, atacou. Logicamente, a imagem de Raigetsu se transformou naquilo que realmente era, e assim que notou que a presa não estava mais lá, a serpente voltou a tatear o ar com a língua. Em poucos instantes, a mesma já se encontrava avançando furiosamente, caçando a presa. Já Raigetsu se encontrava a alguns metros dali, correndo ao máximo que podia desde que executou o Kawarimi.

O genin correu e correu, sentindo que as árvores atrás de si eram bruscamente balançadas enquanto o grande animal se locomovia. Mesmo com o tempo ganho ao iludir a cobra com o Kawarimi, ser alcançado pela mesma parecia ser o destino de Raigetsu, que também não conseguia se locomover direito pelo estado de atordoamento no qual se encontrava pelo efeito do veneno. Contudo, um vulto podia ser reconhecido pelo genin logo a frente uma criança de cabelos bagunçados e katanas: Kugashira Minamoto.

O silêncio natural da floresta era pouco a pouco quebrado com os passos dados por Minamoto, e seu companheiro podia ouvi-los se se aproximando com um som que a cada instante paulatinamente aumentava.

Após minutos que mais pareciam horas, Raigetsu estava perante a silhueta de seu companheiro. Ágil, o genin aproveitou-se da velocidade de seu corpo e projetou-se feito flecha para frente, a fim de cruzar caminho para a retaguarda de seu amigo o quanto antes; seu rosto expressava tensão, untada pela pressa em tratar da peçonha que percorria seu corpo. Ofegante, o menino pousou com um dos joelhos no chão, sobre o qual apoiou o braço ferido e, finalmente, puxou uma kunai de maneira fria, apontando sua lâmina na ferida - para extrair parte do veneno, e ao menos amenizar os efeitos totais que lhe acometeriam, deveria verter sangue. O aço brilhoso adentrou o machucado, seguido por um grunhido de dor, culminando num jorrar abrupto de líquido rubro que manchou toda a extensão de sua canela. Ali, Raigetsu permaneceu, por ao menos quinze segundos, para certificar-se de que havia retirado quantidade o bastante - o pior viria a seguir, com sua próxima ação.

Em seguida, a silhueta do Kugashira desaparece aos olhos de Raigetsu. Minamoto havia saltado em direção a serpente e, acrobático, esbanjava o estilo que herdara de seu clã. Os que estavam próximos podiam ouvir o som do metal se arrastando contra metal: a lâmina do genin deixava sua bainha e o silêncio era mais uma vez quebrado de forma mais enaltecida. — Anaake Hakuseki Kiba (Perfuração da Presa Branca)!! — O cabo da Katana de Minamoto escorregava por sua mão até sua extremidade, a palma da mão aberta apoiava a ponta do cabo da arma, que com um olhar atento poderia se perceber que estava girando. Ao aterrissar, o genin pretendia cravar sua Katana na boca da serpente, na intenção de prendê-la ao chão como se fosse um prego.

E o ataque foi efetivo, ou quase. Instintivamente, e amparada pela sua percepção rastreadora de presas, a serpente moveu a cabeça no último instante, levantando-a somente para fitar a nova caça que surgia. O pequeno movimento da cobra, e a presença de outra arma já fincada na mesma, contudo, foi o suficiente apara atrapalhar a conclusão perfeita da técnica de Minamoto. Sua espada não consegue perfurar a cobra, mas rasga superficialmente o meio de sua cabeça, em corte vertical, do centro da mesma até o nariz. A serpente novamente se rebate de dor, balançando as árvores que havia nas laterais do caminho que a própria criou ao se locomover.


Última edição por Fësant em Sex 05 Ago 2011, 23:51, editado 3 vez(es)
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{Camélia} Episódio 01: A apresentação Empty Re: {Camélia} Episódio 01: A apresentação

Mensagem  Fesant Sáb 30 Jul 2011, 17:19

Segundos depois, enquanto a serpente ainda se contorcia de dor, e estando bem a frente de Minamoto, Satsuki chega ao local. A menina olha para Raigetsu, de joelho ao chão, esforçando-se para lutar contra o veneno, e imediatamente se preocupa. Sua preocupação só não foi maior porque notou que a cobra estava ferida por duas vezes em sua cabeça. Ainda meio desnorteada por todo o ocorrido, a garota não consegue fazer mais nada além de gritar os nomes de seus amigos. — Raigetsu! Você está bem?! Minamoto!!

A peçonha percorria as veias de Raigetsu, corroendo-lhe por dentro feito ácido - sua última e única medida era deixar que o sangue vertesse pelos braços e demais localidades do corpo, uma tentativa vil de amenizar os efeitos do veneno. Uma vez que certa quantidade significativa de seus fluidos já tinham sido retirados, restava-lhe fechar os cortes, e esta sim se demonstrava a mais dolorosa etapa. Raigetsu repousou ambas as mãos sob dois ferimentos distintos, de forma a concentrar-se para a ativação de sua circulação de chakra; a energia emergiu da palma, sendo expelida contra a carne na forma de uma aura azulada e quente que, sob contato, derreteu a área atingida afim de cauterizar e estancar a hemorragia.

— Satsuki-san, saia daqui! — Exclamou o menino, lutando contra a dor conforme mordia os próprios lábios em sinal de esforço. Minamoto-kun era forte o suficiente para atrasar o monstro para que a garota pudesse escapar - todavia, um monstro de tal tamanho possuía um vigor abissal, e tentar derrubá-lo acarretaria num custo inapropriado de energias.

Em seu rosto ainda o semblante de seriedade característico do "Combat Mode"; estava frente a frente com o réptil que atentara contra um de seus companheiros de forma quase letal, interpondo-se entre ele e Raigetsu. Mesmo a chegada de Maya não tira sua concentração e o estado de alerta e tão logo se dirigia a mesma sem encarar a kunoichi. — May-chan, remova Raigetsu daqui e faça os primeiros socorros; eu aconselharia que vocês depois disso partissem na direção da estrada e deixassem esse pequeno problema para trás, mas tenho quase certeza que não vão atender esse meu humilde pedido. — Um sorriso discreto era esboçado, e junto a ele o aperto mais forte e audível do punho do Genin no cabo da katana que empunhava.

Franzindo as sobrancelhas, Raigetsu voltou-se para Minamoto de imediato, perplexo o bastante para que interrompesse seu tratamento — Minamoto-kun! Eu não vou deixar que fique aqui para enfrentar esse bicho sozinho, aproveite a chance para escapar! A cobra é lenta de mais para que consiga nos seguir. Um envenenado é o bastante, não precisamos de dois! — Concluiu, apoiando uma de suas mãos na rótula do joelho conforme se esforçou para pôr-se de pé e retomar a compostura.

— Não se preocupe, pirralho, eu não pretendo bancar o herói, ficar e lutar... — Com o rosto oculto por estar de costas para Raigetsu e Maya, eles não puderam ver a cara de pouco caso com uma gota na cabeça. - "Eu não faço nem um pouco o tipo heroico, afinal." - E logo voltava o dialogo. — Mas tenho que atrasa-la para que vocês dois possam fugir; se você estivesse em plenas condições isso não seria necessário, mas se corrermos com você nesse estado ela vai nos alcançar; só preciso ganhar alguns minutos!! — Brandindo a Katana, fazia com que a mesma circulasse seu corpo com certo estilo e logo voltava a atenção a serpente. — Não se preocupe, ela não vai nem me tocar!!

— H-Haaai... — Retrucou, cabisbaixo, enquanto o topo de sua cabeça era encoberto por uma sombrinha negra conforme se recordava de quão inútil estava na situação atual; apesar de todo o esforço, não seria capaz de ajudar durante a luta e, no melhor dos casos, talvez viesse a se tornar um obstáculo para o amigo. Chacoalhando a depressão, Raigetsu aguardou que a cauterização dos ferimentos estivesse completa para que então pudesse fugir junto de Satsuki.
diz:

O diálogo dos dois genins é interrompido por um grunhido involuntário de dor de Raigetsu. O tratamento da hemorragia foi um sucesso, e o veneno não mais corria pelo corpo do garoto. Todavia, o processo do tratamento causava grandes dores ao mesmo, e por este motivo, Raigetsu estava incapaz de se mover apropriadamente. Como o veneno acabaria se espalhando, e provavelmente causando o mesmo efeito, o genin arriscou tal medida, salvando-se, ao menos, de morrer pela peçonha.

Satsuki observa o sofrimento de Raigetsu e toda a discussão, e como os dois novos companheiros faziam de tudo para protege-la, e proteger uma ao outro. “O que eu fiz até agora...? Não! Não posso ficar dependentes deles!”.

A garota então avançou alguns passos em direção à cobra. Postando-se parada, realizou uma breve sequência de selos. — Não posso ficar parada! Preciso vencer minha insegurança, ou então serei desde o início, e para sempre, um estorvo para vocês Não quero isso! Vou protege-los também! Katon: Ohtori no Endan! — concluiu ela, logo se preparando para inspirar fortemente.

Entretanto, a garota mal conseguiu concluir seu intento. Quando a serpente finalmente deixou de se rebater de dor, e fitou ameaçadoramente para menina, o corpo desta estremeceu, paralisou-se de medo, e assim ficou por ínfimos instantes, suficientes para permitir que o animal se precipitasse contra a genin, a fim de abocanhá-la.

Minamoto tentou se antecipar, mas distraiu-se com a própria fala e investida de Satsuki, não percebendo a tempo o ataque da serpente. Já Raigetsu, paralisado de dor, nada pôde fazer, a não ser observar a cena. O grande réptil sibilou e contraiu seu corpo, lançando-se em seguida em um bote, com sua mandíbula aberta o máximo que podia. As presas da serpente, logo no primeiro contato, já cortam os ombros da menina, que cambaleia para trás, indefesa, e o seu sangue espirra pelo ar. Com o corpo ainda em movimento de bote, a cobra busca abocanhar definitivamente a menina.

Pânico! Raigetsu estremeceu ante a visão do sangue que espirrava a partir da abertura no ombro da menina. Boquiaberto e de olhos esbugalhados, mesmo sua dor havia sido esquecida perante o instante vagaroso no qual a cobra, em câmera lenta, armou o bote que presumidamente seria o fim de sua companheira de time — Mayaaaaa! — Ecoou sua voz, desesperado o suficiente para que viesse a esquecer as cordialidades e a chamasse pelo primeiro nome.

Parou. Inexplicavelmente, a serpente parou. Seguidamente, recuou seu grande corpo, sibilando e fechando a mandíbula. Satsuki cai de joelhos ao chão, cabisbaixa. A cobra continua recuando.... recuando... E, estranhamente, dá meia volta e avança em sentido contrário, fugindo. Quando fez tal movimento, a cauda da mesma ainda chegou a esbarrar em Raigetsu, que estava incapaz de se esquivar. O baque seco das escamas frias do animal fez com que Raigetsu retornasse a realidade, sendo jogado contra o chão de maneira brusca. Minamoto, sem dificuldades, saltou para evadir daquele golpe involuntário da cobra, que então fugia quase que desesperadamente. Raigetsu, em reação instantânea, colocou-se então sentado para vislumbrar o que se passava a sua volta — M-Minamoto-kun!

Para Minamoto, fora tudo muito rápido, desde a intromissão imprudente e súbita de Maya, do bote mais ligeiro que sua reação e a inexplicável hesitação da besta em abandonar sua refeição e partir sem mais nem menos. Não tinha nenhuma empatia com animais para interpretar com coerência o ocorrido, no entanto podia jurar que o que fizera a cobra recuar fosse um puro instinto de sobrevivência, irradiado por medo. Seus olhos piscavam tentando se situar, tão logo voltava sua atenção para Maya correndo em sua direção, mas sem dizer nenhuma palavra; ao mesmo tempo, olhava para todas as direções, confiando em seus instintos e tentando perceber algo. No entanto, sua preocupação com o ferimento de Maya não permitia a concentração necessária. Seus olhos fulminavam Raigetsu que, mesmo sem condições, era o único que podia fazer alguma coisa, requerendo, assim, sua atenção o quanto antes.

Raigetsu reuniu as forças que lhe restavam para pôr-se a mancar em direção a Satsuki. A dor da cauterização não era tudo que lhe afligia; suas pernas eram atormentadas pelos efeitos colaterais do uso subsequente de sua técnica, fazendo com que titubeasse ainda mais.

A menina ainda continuava de cabeça baixa. Como única resposta à aflição demonstrada pelos dois garotos surgiu uma lágrima, que desceu o doce rosto da garota, caindo suavemente ao chão. Mais algumas lágrimas, e então um gemido de alguém que chora, visivelmente abatido pelo traumático incidente. Em meio a pequenas pausas, intercalando com o choro, a voz de Satsuki pôde ser novamente ouvida. — Que bom ... que... parou... Pensei que não ia con... seguir... Me perdoem! Meu pingente... preciso dele para me acalmar... Vamos procurar.... — a garota então tentar pôr-se de pé, sem qualquer êxito.

Ligeiro a medida do possível, Raigetsu aproximou-se e empurrou Satsuki pelos ombros para que voltasse ao chão. Suas mãos tatearam a pequena bolsa localizada em sua perna, puxando de lá o pingente que havia encontrado durante sua busca na clareira — Tá aqui, Satsuki-san. Você não precisa mais se preocupar quanto a isso... Agora, por favor, apenas deixe que eu cuide logo dessa ferida. — Suplicou, com um meio-sorriso no rosto, a fim de conter as tristezas da moça. Preparando-se para o tratamento, Raigetsu ergueu um dedo indicador para o ar, do qual brotou o que se assimilava a uma pequena faquinha de poucos centímetros, azulada, feita através da condensação de sua energia — Minamoto-kun, preciso que segure as mãos de Satsuki-san e cuide para que ela não perca a consciência. Seja rápido! — A tensão do momento fazia com que o menino se tornasse imperativo, apressado, e não demonstrou o menor pudor quando tateou o ombro da menina e abaixou parte de sua blusa, com o propósito de expor melhor o ferimento. A partir dali, usaria do bisturi de chakra para forçar um sangramento maior na área atingida, com propósito de extrair o veneno, e em seguida cauterizaria a hemorragia usando do mesmo processo que utilizou em si mesmo.

Os olhos de Minamoto agora estavam totalmente absortos na imagem de Maya. A mesma parecia se recuperar de tal experiência, mas algo lhe levava a crer que fora ela a fonte que irradiou medo para a cobra, algo a principio ilógico uma vez que a garota não fizera absolutamente nada. Não tinha tempo para fazer questionamentos, pois a cobra ou qualquer outro tipo de predador poderiam surgir novamente; não tinham tempo para descansar. Em sua cabeça, as palavras ofensivas que tinha vontade de direcionar a sua Sensei que abandonou 3 genins naquela floresta tendo uma criatura tão perigosa para que eles pudessem lidar. Ainda guardava suas palavras seguindo os comandos dados por Raigetsu, auxiliava o genin para que o tratamento fosse o mais rápido possível; estava satisfeito com a urgência que o jovem apresentava.

Raigetsu então consegue extrair rapidamente o veneno dos ferimentos da menina. Como o atendimento foi praticamente imediato após o corte, o genin não teve dificuldades em prosseguir com o tratamento. Utilizando suas técnicas médicas, tendo como angustiante som de fundo os gritos de dor de Satsuki, Raigetsu concluiu seu intento. Sem venenos, e sem hemorragias, Satsuki ficou ao chão, tentando se recompor de todo o sofrido, enquanto segurava na mão direita o pingente rubro que Raigetsu lhe tinha entregado. Agora, estando dois dos três genins momentaneamente impossibilitados de seguir com a viagem, não restava outra alternativa ao grupo senão se arrastarem até um lugar menos visível e esperar que todos estivessem em condições de andar novamente. Neste momento, a manhã tinha raiado por completo, mostrando aos garotos que aquilo era somente o começo de um longo e perigoso dia.
(...)


Encerramento 1ª Temporada


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