Naruto: Shinobi no Sho - Sistema D8 de RPG
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Episódio 13 | Pagando o Preço

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Mensagem  Fesant Qui 06 Ago 2015, 00:25


Abertura




Frio. Muito frio. E um escuro quase absoluto. Estava despertando. Sabia somente que estava sentado sobre alguma espécie de cama estreita feita de metal, e com um apoio para as costas do mesmo tipo. Conforme ia recuperando os sentidos, notava que estava praticamente nu, vestindo somente as roupas de baixo. Suas pernas estavam amarradas à mesa, e não poderiam ser movidas sob qualquer modo. Ambos os braços estavam amarrados atrás do encosto, tão fortemente quanto as penas. Mover-se era impossível.

A boca estava amordaçada. Falar qualquer palavra era inviável. Somente grunhir com a garganta era possível. A visão já se acostumava um pouco à escuridão, e pouco a pouco era capaz de distinguir as formas. Um sofá à direita. Uma porta com uma janela a poucos metros a frente. Uma mesinha de centro à sua esquerda, visivelmente deslocada para que sua cama desconfortável pudesse ser fixada ali. Apoiados no canto esquerdo do cômodo, uma aljava com algumas flechas um arco. Seu arco. Aquela era sua casa.

— Acordou, Kurogane Akashi? — o chuunin então ouviu uma voz atrás de si. Não sabia dizer se era masculina ou feminina. O som estava extremamente distorcido, num efeito que o arqueiro nunca tinha ouvido antes.

Assim que a adrenalina ia tomando conta do corpo e os sentidos ficavam cada vez mais despertos, seu sensor de chakra também passava a funcionar. Mas logo se mostrou inútil. Havia uma assinatura de chakra atrás de si, isso era inegável. Entretanto, o padrão da mesma mudava incessantemente, sendo impossível para o rapaz reconhece-la ou memoriza-la.

— Estranhando a situação? Veja ali, no teto, nos cantos direito e esquerdo. Há uma tarja em cada lado. Também há outras mais atrás. Elas formam uma kekkai. Uma barreira. Você será incapaz de reconhecer minha voz, minha assinatura de chakra, meu sexo, as formas de meu corpo... — dizia o estranho, enquanto caminhava, saindo de trás do Kurogane e parando ao seu lado, quando moveu seu rosto subitamente para frente do rosto do chuunin, ficando a somente 5 cm do mesmo — Nem reconhecerá meu rosto, Kurogane Akashi — completou, e o arqueiro via que não havia mentiras em suas palavras.

Todo o rosto daquela pessoa era somente uma sombra preta. Era possível distinguir as formas do nariz, dos olhos, da boca, orelhas, cabelos longos e pretos. Mas eram somente formas, vazias, preenchidas de uma única cor: a negra.

— Faz parte do meu trabalho informar o motivo do mesmo. E adianto dizendo que você tem muita sorte. Geralmente, pessoas na sua situação são torturadas até a morte por mim, mas minhas ordens são para mantê-lo vivo. Com uma advertência: não interfira onde não deve, Kurogane Akashi. Agora... vamos começar os trabalhos?


Última edição por Fësant em Qua 12 Ago 2015, 18:48, editado 2 vez(es)
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Mensagem  Darthix Sex 07 Ago 2015, 00:21

Ali encontrava-se o chunnin, inoperante sobre o seu corpo. Em meio a aquelas amarras, qualquer movimento havia sido restringido. Nem a capacidade de falar foi lhe dada, restando somente a sua consciência totalmente desperta. Havia notado o motivo daquilo tudo antes mesmo de o indivíduo falar, dando início a uma espécie de preocupação em sua mente. Se fosse só ser mantido preso, provavelmente até gostaria da ideia. Ninguém mais que Akashi iria querer ficar incapaz de se mover, descansando por toda a eternidade, desprovido de esforços. Agora a adição da tortura o preocupou. Nunca havia passado por algo do tipo. Até mesmo a dor foi pouco presente em sua vida shinobi. Alguém dominante nas técnicas de arco nunca teve o hábito de nem um confronto direto, que somado ao seu sensor e às suas ótimas habilidades com shunjutsu, sempre conseguiu evitar ser atingido até onde fosse possível. A sua última luta, contra o shinobi usuário de Kuchiyose, provavelmente havia sido a que mais sofreu danos em toda a sua vida. Kurogane Akashi era, sem dúvidas, alguém que desconhecia a dor, quanto mais em uma quantidade tão intensa quanto a presente em uma atrocidade tal qual uma tortura. A preocupação, de certo, havia o atingido.

As palavras do indivíduo haviam provocado certa tensão em Akashi. Apontar para si o local de cada tarja, responsável pela barreira, só indicava o quanto ele estava confiante nas amarras. A possibilidade de escapar dali era, sem dúvidas, nula. O arqueiro nunca foi alguém bom em revelar as suas emoções, quanto mais qualquer preocupação. Alguém dotado de sua preguiça e personalidade peculiares jamais deu qualquer importância a qualquer evento, quanto mais preocupar-se de fato com algo.

Desistiu de mover o seu corpo logo nos primeiros segundos. Mesmo naquela situação, se havia alguém incapaz de realizar esforços desnecessários, era Akashi. Os seus olhos miraram o rosto vazio do indivíduo desconhecido, e em seguida o restante da sala, como se buscasse ter certeza de que realmente não havia saída alguma para a sua situação. O mais incômodo ainda era não saber quem havia dado as ordens. Fosse Omeshirama, por ter rejeitado a sua missão e agindo de maneira oculta e distinta à sua vontade; ou Keisei, por ter praticamente traído o braço direito do mesmo; ou ainda Jouichirou, por claramente ter agido contra os seus planos. O acúmulo de inimigos havia finalmente cobrado o seu preço, restante apenas ao ninja independente aceitar o destino e pagar por suas decições. Os seus olhos se fecharam levemente, conforme começava a suar pela testa. O desespero havia começado.
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Mensagem  Fesant Sex 07 Ago 2015, 01:17

O estranho-não-convidado deu um passo à esquerda, se dirigindo à mesinha de centro. Sobre ela, Akashi agora podia notar que havia uma boa quantidade de objetos, embora não conseguisse distinguir todos. A pessoa então pegou algum tipo de objeto laminado, cujo fio parecia com o de um serrote. Deu mais dois passos, dirigindo-se até a perna esquerda do Kurogane. Pousou suavemente a lâmina sobre sua pele, fazendo o arqueiro sentir o frio pontiagudo de cada dente que a mesma possuía. Em seguida, ele voltou a face sem rosto para seu prisioneiro, e disse:

— Vou serrar um pouco de sua perna. Se doer, você grita, ok?

E foi exatamente o que ele fez. Primeiro, começou de forma sutil, e devagar, que resultou num corte leve, fazendo o sangue começar a escorrer, descendo pela perna, pela cama, e caindo em um recipiente que havia logo abaixo. Depois, moveu o serrote na direção contrária, aplicando um pouco mais de força. Ainda devagar, moveu a lâmina novamente para trás, aumentando a pressão gradativamente. Segundos depois, já movia o objeto de tortura freneticamente, aplicando mais e mais força. O sangue jorrava aos montes, sujando o chão e mesmo a parede, enquanto parte caía, preenchendo o recipiente. Com a boca amordaçada, Akashi soltava urros abafados de dor, cada vez mais altos, e seus sons se misturavam com risadas e gargalhadas do torturador, que tratava o chuunin como mero brinquedo.

A dor era insuportável. Akashi sentia o vento frio penetrar a grande ferida e invadir o corpo como um precursor da morte. O sofrimento era tão intenso que tinha a sensação de que as cordas vocais iriam explodir em cada urro. Nem seus próprios ouvidos suportavam seus gritos sufocados de agonia.

O invasor então parou. Deu um tapa na perna. Olhou. Deu outro tapa, e cuspiu na mesma.

— Hum... começou a ficar dormente. Vamos para a outra. — dizia, enquanto se movia para o outro lado da cama, levando consigo o serrote. — Mesmo procedimento. Se doer, você grita. Estou muito contente com sua cooperação!

E ele então repetiu o procedimento, e foi quando Akashi entendeu o que ele quis dizer. O arqueiro experimento novamente a dor da carne virgem ser partida, serrada, violada. E esta dor, a dor dos primeiros cortes, realmente é a pior. Novamente, o quarto foi preenchido por urros, berros abafados, risadas distorcidas com rouquidão, agudez e gravidade de voz.

Akashi viu seu corpo ser dilacerado da mesma forma diversas vezes. Calcanhares, panturrilhas e coxas. Braços, antebraços e pulsos. Barriga, peito e ombros. Sua garganta já havia cansado de gritar. Seu corpo nem mais estremecia. A dor profunda alcançou um estado de torpor. Não existia mais membros, pés, mãos, braços ou torso. Existia somente o interminável estado de frio e dor. Os olhos pesavam toneladas. A respiração pelas narinas havia se tornado impossível. O nariz estava congestionado pelo frio e pelas lágrimas incessantes que caíram contra sua vontade. O Kurogane estava prestes a desmaiar.

— Hum... perdeu muito sangue. Precisamos repor. — o invasor repousou o serrote sobre a mesinha e se dirigiu até a cabeceira da cama. Pegou duas cintas que estavam desamarradas e usou-as para prender a cabeça de Akashi. Com uma, apertou a testa contra o encosto. Em seguida, retirou o tecido que lhe cobria a boca, que mal era necessário. O estado lamentável havia retirado qualquer força de reação do chuunin. Assim, o torturador pegou a outra cinta, abriu a boca do jovem e passou a mesma de forma que ficasse presa pelos dentes, forçando o maxilar para baixo, e então completou a amarra prendendo-a no encosto.

A pessoa sem rosto foi até os recipientes que haviam recolhido o sangue que jorrava do corpo dilacerado. Jogou o conteúdo de todos em um único vaso. Foi até a mesinha, retirou da superfície da mesma um funil e o colocou na boca forçosamente aberta de seu objeto de tortura. Akashi sentiu o fino cano colar no início de sua garganta, já imaginando o que ocorreria em seguida. O invasor passou a despejar pouco a pouco o sangue no funil, forçando o arqueiro a beber.

— Tem que beber tudo. É uma ótima fonte de proteína. E beba direito, se errar vai acabar indo para os pulmões, e não daria em boa coisa...

Depois daquilo, Akashi desmaiou. No último instante antes de perder sua consciência, pela primeira vez na vida, amaldiçoou a si mesmo. Seu jeito, sua preguiça, sua falta de ação, sua impotência. Desejou ser outra pessoa, alguém com a força para não ser subjugado. Alguém que nunca se curvaria a ninguém.
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Mensagem  Fesant Sex 07 Ago 2015, 23:21


Ano 01 - Mês 01 - Dia 02

[08:00] Konoha. Bairro Central


Akashi acordou com a luz do sol perturbando seu sono. Abrir os olhos foi fácil, mas levantar-se foi difícil. Todo o corpo doía, como se houvesse sido pisado e moído. Num susto, levantou-se rápido, erguendo-se de um salto, apesar da dor, e olhando em volta de sua casa. Paradoxalmente, estava intacta. Dirigiu-se até a cozinha, e tudo estava em ordem. Foi até seu quarto, e nada de estranho havia. Regressando à sala, sentou-se no sofá, esparramando-se, cedendo novamente às dores.

Embora tudo estivesse em ordem, tinha certeza de que nada do que havia sentido fora um mero sonho. Ainda estava despido, vestindo somente as roupas de baixo. Seu corpo também estava sujo de sangue, assim como sua única peça de vestimenta. Na garganta, ainda sentia o gosto do metal do funil misturado ao seu próprio sangue o qual fora forçado a beber. Entretanto, não havia ferimentos abertos. Mas havia cicatrizes, e várias delas. Ao apalmar cada uma, sentia o ardor de uma feria que ainda estava se fechando. Sim, foi tudo real, e o torturador ainda fez questão de curá-lo de alguma forma, mas somente o suficiente para que não morresse por hemorragias ou infecções, e de modo que as marcas do sofrimento perdurassem em seu corpo para sempre.
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Mensagem  Darthix Sáb 08 Ago 2015, 02:44

Akashi olhou para todo o seu corpo, passando logo após a observar com atenção a sua mão direita. Sobre ela, uma mancha de sangue havia sobrado, quase que escondendo várias das cicatrizes em que nela residiam. O rosto do arqueiro encontrava-se perplexo, como se até agora não fosse capaz de aceitar o que acontecera consigo. Caminhou até o banheiro, onde pôs-se de frente para o espelho. O tamanho deste era grande e capaz de cobrir toda a altura do chunnin, permitindo ao mesmo assistir com todos os detalhes os estragos feitos em seu corpo. Não demorou até que a expressão em seu rosto começasse a piorar gradativamente, até finalmente atingir uma aflição sem igual. Simultaneamente, seu coração começou a bater mais depressa, enquanto que seus pulmões de alguma forma o deixaram ofegante. O conhecimento da verdadeira dor não havia deixado nada menos que um grande trauma em sua pessoa.

Em questão de segundos, pareceu perder as forças nas pernas, ajoelhando-se ao chão quase que sem resposta. De olhos arregalados, olhou para o nada, quando, na verdade, não conseguia ver nada além do que presenciou algumas horas atrás. Ele lembrava de cada instante, cada segundo interminável daquela tortura sem fim. Mesmo agora, aparentemente recuperado, as suas feridas mostravam-se como meramente simbólicas. A extrema dor física havia atingido o seu psicológico. A cada passo, cada movimento que realizava, a cada vez que o vento batia em sua pele, a lembrança da dor que havia sofrido vinha atona. A sensação física, por si só, já seria capaz de praticamente acabar com o seu espírito interior, de tão intensa que havia sido. Mas havia algo mais. Tratando-se de alguém que em toda a vida agradeceu os momentos em que não deveria se mover e criticou todos os outros em que precisou agir, desta vez, ocorreu o contrário. Se fosse alguém precavido, que não mediria esforços para suas ações, provavelmente teria impedido a tortura de ocorrer. Se não fosse preguiçoso ao extremo, talvez tivesse treinado direito e tornado-se alguém forte e capaz de proteger-se diante de uma situação dessas. O que havia ocorrido consigo, embora fosse feitio de um certo profissional, era culpa sua, e de mais ninguém. O modo como viveu a sua vida inteira havia levado-o a este momento. O seu desejo por não agir finalmente concretizou-se, e pagou com a sua forma impotente perante a dor a si causada. E a única coisa que passava em sua mente era o pensamento de que se continuasse desse jeito, tal barbaridade ocorreria de novo. Mas sentir algo do tipo uma segunda vez não era uma opção, afinal nem mesmo se sentia capaz de superar o seu estado atual. Em meio ao chão, o seu olhar arregalado e sua respiração ofegante permaneciam.

Por algumas horas, o chunnin permaneceu neste estado. Não moveu-se nem um pouco, ficando praticamente imóvel ali, tentando esquecer-se da dor. Eis que finalmente ergueu-se e caminhou para fora do banheiro. Os seus passos eram cautelosos, assim como seus olhos. O medo de alguém invadir a sua casa novamente mostrou-se presente, o que era bastante incomum para um ninja dotado de um sensor como o seu. Nunca preocupou-se em manter-se atento para os eventos externos, afinal não houve momento algum em sua vida em que o seu sexto sentido tivesse deixado algo escapar. Parecia desconfortável, mesmo em sua própria casa. Tocando o seu corpo, sequer conseguia contar o número de cicatrizes presentes, e cada uma delas ainda doía. Akashi não conseguia imaginar um cenário em que fosse capaz de superar aquilo.

— O-O que... eu faço... — O arqueiro mal conseguia falar. A cada instante, era interrompido por sua própria respiração, que mostrava-se intensa mesmo após tantas horas. O seu corpo continuava agitado e ao mesmo tempo cansado. Totalmente afetado tanto física quanto psicologicamente, qualquer esperança de recuperar-se era inexistente. As horas continuavam passando, mas o shinobi permanecia ali, parado, arrepiando-se com qualquer som, como se ainda estivesse em perigo. Não havia restado qualquer força interior em seu corpo. O seu espírito havia sido destruído por completo. Não havia qualquer desejo por voltar ao normal, porque foi esse mesmo estado normal que o deixou assim. Naquele momento, ele queria ser qualquer um, menos Kurogane Akashi.

Cruzando os braços como se estivesse abraçando a si mesmo, Akashi sentiu-se inseguro. Por uns instantes, tremeu sem parar, portando um grande medo em seu corpo, mas isto logo foi alterando-se. Embora continuasse tremendo, a razão disto pareceu ser outra. Um som foi iniciado vindo de si, que aos poucos foi tornando-se cada vez mais claro, conforme ficava mais alto. Em pouco tempo, ficou evidente que o que vinha de si era nada menos que uma risada. Em meio a toda aquela situação, o Chunnin pareceu gargalhar. Apertando com força os próprios braços, as feridas quase se abriram. Mas seu rosto não revelava preocupação alguma. Encontrava-se nele, na verdade, um sorriso um pouco sádico, e digno de alguém à beira da loucura. Porém, ele não parecia ter qualquer tendência maligna, era como se o seu sorriso revelasse um estado desprovido de medo. Como se fosse imbatível, incapaz de ser impedido por qualquer força. Observando-se mais atentamente, parecia ser, por incrível que pareça, outra pessoa. — Hahahahahaha! Ai ai... — Até o jeito de falar deixou evidente de que não tratava-se do mesmo Akashi de sempre. Era como se uma segunda personalidade houvesse tomado conta, como forma de superar o trauma sofrido; afinal, o Kurogane normal não seria capaz disso. O seu subconsciente havia despertado o seu outro lado interior. Todas as suas preocupações, os seus medos, as suas responsabilidades, tudo o que tentou em toda a sua vida ignorar, ficaram guardadas em um certo lugar em sua mente, que aos poucos foi dando início a uma segunda pessoa dentro de si. O tanto que foi acumulado criou uma identidade capaz de fazer aquilo que Akashi em sua verdadeira essência jamais conseguiria. Alguém diferente, oposto ao seu habitual. E agora que estava fraco e totalmente destruído por dentro, o seu outro "eu" conseguiu tomar conta. Gargalhando sem parar, as suas mãos largaram os braços e foram de encontro à sua boca, como se buscassem conter o som provocado por suas constantes risadas. Como alguém entregue à insanidade, o Chunnin finalmente conseguiu se acalmar com dificuldade. E quando o fez, anunciou: — Vamos nos divertir, Akashi?!



Última edição por Kurogane Akashi em Qua 12 Ago 2015, 22:38, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Fesant Qua 12 Ago 2015, 22:00

[15:30] Konoha. Bairro Central

Imóvel em sua posição, em meio à sala de estar, Akashi escuta um som de sua porta. Antecipando a chegada do novo indivíduo com o seu sensor, identificou-o como um shinobi ordinário de Konoha, mas nada esboçou em seu rosto. Movendo-se até à entrada, tratou de permitir ao ninja entrar, ou dar o seu comunicado dali mesmo. O arqueiro trajava a sua roupa comum de sempre.

— Kurogane Akashi-san? Boa tarde. — disse o ninja, de nome Chikato, ou pelo menos era esse o nome que o arqueiro lembrava. Logo em seguida ao cumprimento, mostrou a mão direita ao chuunin, a qual trazia consigo uma folha de papel. Ele pegou a folha e buscou logo a sua leitura, embora o shinobi à sua frente já lhe adiantasse o conteúdo — É uma convocação para você se apresentar às 16 horas no Palácio do Hokage, perante o Conselho, para dar explicações sobre um incidente que ocorreu ontem à noite. Está tudo explicado nesse documento. Então, se me der licença, tenha uma boa tarde. — finalizou ele, desaparecendo com uma cortina de fumaça.

Akashi então fechou sua porta e parou para ler o documento. No mesmo, constava que ele estava sendo convocado em caráter de urgência para prestar esclarecimentos sobre o incidente envolvendo ele próprio nos bosques nos limites da vila. Ao consultar a hora, notou que não deveria perder tempo, e tratou de se aprontar e seguir ao seu destino.

(...)

Passada meia hora, estava lá no Palácio do Hokage. Embora nunca precisasse fazer algo do tipo, sabia exatamente para onde deveria se dirigir. Foi até o penúltimo andar, até a última sala do corredor. Lá era onde o Conselho dos Três Anciãos se reunia com o Hokage e demais lideranças da vila, e também era onde ninjas eram ouvidos quando algum incidente importante ou crime ocorria.

O arqueiro bateu duas vezes na porta, e entrou após ouvir a permissão do outro lado. A sala estava arrumada especialmente para aquele encontro. Havia uma mesa ao centro, sem qualquer objeto sobre a mesma. De um lado, um sofá com exato três lugares, todos ocupados pelos três ninjas anciãos que formam o conselho de apoio ao Hokage, além de substituí-lo temporariamente quando o mesmo está fora ou incapaz de agir, que é justamente o caso. São dois shinobis idosos, e uma kunoichi também em idade avançada, sentada ao meio. Chion, Fusashi e Manami eram seus nomes, respectivamente. O arqueiro fechou a porta atrás de si, e assim que o fiz sentiu uma formação de chakra estranha ao redor da sala, provavelmente algum jutsu de barreira para manter a privacidade da conversa. Após sentar-se na única cadeira que havia, posta do outro lado da mesa, ouviu o conselheiro Chion lhe falar, sem rodeios.

— Kurogane Akashi. Ontem, no lado Leste da vila, por volta das 23 horas, foi travado um combate no bosque próximo aos muros. As evidências do ocorrido são claras, haja vista que toda aquela zona da floresta virou cinzas. No mesmo lugar, foram vistos Ogami Rei, Kumori Gumo, além de você próprio, tendo Kumori Gumo chegando minutos depois, segundo os relatórios de investigação. Conte-me o que houve lá. O que fez. O que Ogami Rei fez, e o que Kumori Gumo foi fazer ao chegar lá depois.

Ao ouvir a pergunta do conselheiro, pareceu não prestar muita atenção em suas palavras. Os seus olhos estavam voltados para o restante do local, como se houvesse interesse de sua parte nisso. Por conseguinte, Akashi esboçou um sorriso, inciando a seu relatório. — Eu senti um chakra desconhecido próximo de Konoha. Chamei Rei para ir comigo e mandei uma mensagem pra Gumo como precaução. Fui atacado pelo shinobi e iniciamos uma luta. — Ao final de suas palavras, o arqueiro voltou a olhar para o local. De alguma forma, ele parecia incrivelmente distraído, e de certa forma não dando tanta importância para os anciões em sua frente.

— Olhe para nós direito, rapaz. Manter-se distraído é falta de respeito para com o Conselho — repreendeu a anciã Manami, notando o aparente descaso de Akashi.

— Como pode ver essa não é ainda um interrogatório oficial, Kurogane Akashi — disse o terceiro ancião, Fusashi. — Se assim fosse, teria pelo menos um sensor ou um Yamanaka aqui para vasculhar sua mente ou atestar a veracidade do que você diz. Vou lhe contar o motivo exato de ter sido chamado. Ontem Senju Ikari, irmão mais novo de Omeshirama-san, foi assassinado nos limites da vila. Seu corpo foi encontrado pela manhã, brutalmente decapitado. A análise dos investigadores determinou que uma lâmina extremamente afiada foi usada, num corte muito preciso, num estilo que remonta a Kurogane Higa, seu irmão. A brutalidade do assassinato também é uma característica que lembra sua forma de agir. Higa foi visto pela última vez falando com você, e desde então está desaparecido.

— Omeshirama-san nos informou que estava desconfiando que Jouichirou planejava um golpe de estado, e então, sem tempo a perder, confiou a seu irmão que fosse investigar o ocorrido. — disse novamente a senhora — Tudo indica que Higa, subordinado de Jouichirou, foi ordenado a agir dessa forma caso alguém descobrisse algo que Jouichirou não queria, e por esse motivo fugiu após matar Senju Ikari. Diga-nos. O que sabe a respeito?

Akashi expressou um pouco de raiva ao ser repreendido pelo anciã, mas tratou de acalmar-se e dar a devida atenção como requisitado. — Ikari foi assassinado por outro ninja desconhecido. Eu notei ele próximo de um com o meu sensor. Higa chegou somente depois de sua morte, e sequer aproximou-se dele. — Permanecendo com os seus olhos voltados diretamente pros anciões, afim de evitar bronca, Akashi deu continuidade ao diálogo, embora já tivesse respondido. — Onde foi que Omeshirama conseguiu essas informações mesmo?

— Nós fazemos as perguntas aqui, Kurogane — respondeu rispidamente o primeiro ancião Chion — Responda: se o que diz é verdade, como explica o fato de Higa ter fugido? E o que foi que conversaram antes de sua fuga?

— Para eu responder isso, vou precisar da garantia de que não serei ferido nos próximos dias. Em outras palavras, uma proteção muito acima do comum. — Exigiu Akashi, em um tom um tanto quanto diferente de sua natureza.

Os anciãos se entreolharam, visivelmente intrigados. Apesar de nada dizerem, pareciam se comunicar e entender os pensamentos de cada um com um simples olhar, algo provavelmente fruto de décadas de convívio, sabedoria e experiência no mundo ninja. E então a anciã quebrou o curto silêncio.

— Podemos garantir isso sim, Akashi. Até porque, se for algo realmente relevante, seu testemunho é será uma prova importantíssima, e não poderemos nos dar ao luxo de que algo ocorra com você. Normalmente a função de proteger testemunhas é destinada a ANBU. Porém, como o líder está dentro do incidente a ser investigado, não poderemos confiar esse papel a eles. Então, sua proteção será feita por agentes de policiamento do clã Uchiha. Ou em última hipótese por algum subordinado de Omeshirama-san, já que ele também é parte interessada na resolução do caso. Assim, sinta-se seguro para falar, Kurogane Akashi.

Após as palavras da anciã, Akashi colocou ambas as mãos em sua boca, na tentativa de se segurar. Após alguns segundos, não resistiu e entregou-se à gargalhada. Ainda caiu ao chão, passando a por as mãos em sua barriga, como se sentisse dor de tanta risada. — Hahahahahahahha! — Ficou alguns segundos rindo, até que finalmente acalmou-se, limpando as lágrimas em seus olhos dos constantes risos. — "Merda, tenho que me conter. Akashi não costuma rir quase nunca. Maldito, como alguém consegue ser tão sem graça a vida inteira? Fica difícil assim." — Suspirando, finalmente retornou a falar. — Perdoem meus modos, não consegui me conter. Mas é que é engraçado você sugerir logo os Uchiha para me protegerem. Como aliados do clã Hyuuga e tão logo de Keisei, fica difícil acreditar que irão me proteger quando eu contar que é de Toushizo de quem eu preciso proteção.

Os anciãos ficaram inicialmente perplexos pela cena, ao verem Akashi literalmente cair na gargalhada, e estavam prestes a repreendê-lo, mas a fala que o mesmo proferiu logo em seguida os deixou ainda mais confusos.

— Proteção contra Toushizo? O que isso significa, Kurogane Akashi! Recomponha-se imediatamente! E advirto que aqui não é lugar para brincadeiras ou piadas de mal gosto. Reze para que o que disse tenha de fato algum fundamento. Agora se explique. O que Toushizo tem a ver com isso tudo?

— Estou sério, Manami-chan, hahahahaha.  Se preferir, posso repetir o que vou dizer agora em outra hora, quando tiver algum Yamanaka ou ninja sensor por perto. — Akashi pareceu mais solto a deixar exposto o seu sorriso, como se gradativamente estivesse se tornando mais difícil restringir a sua nova personalidade. — Fui negociar com Toushizo. Eu estava interessado em informações a respeito do atentado ao Hokage, e suspeitava que ele possuía algo. Em troca de sua teoria, que é como a de Omeshirama que você disse antes, eu deveria realizar uma missão para ele: matar Kurogane Higa. Em caso de eu não o fazer, bem...você já deve imaginar pelo meu pedido de proteção. — Disfarçando como pôde o seu sorriso, o arqueiro permanecia com a sua atenção voltada para os anciões. — "Chupa, Toushizo. Tá achando que sou o Akashi é? Os seus dias estão contados."

Os anciãos se entreolharam novamente, e em seguida a senhora balançou a cabeça negativamente, ligeiramente cabisbaixa. Após uns segundos, Chion respondeu.

— Os Uchiha e os Hyuuga aliados? Não creio que chegue a tanto. Há rumores de que Keisei e Yuurei possuem um relacionamento amoroso... as pessoas fofocam demais... mas ainda que seja verdade, duvido que haja algum tipo de aliança entre os clãs. Mas voltando ao assunto. Então, segundo você, Toushizo também acha que Jouichirou está planejando um golpe, e você ganhou essa informação em troca de... matar Higa? E por isso Higa teria fugido... Hum... É algo estranho ao extremo, mas realmente parece um dos pedidos sádicos de Toushizo. Porém, não há com o que se preocupar. Se ele realmente fosse te matar, já estaria morto. Ou... ele pode ter mudado de ideia, talvez. De toda forma, vou pedir a Omeshirama que cuida de sua segurança então.

— Me perdoe a minha indelicadeza, mas com a morte recente do irmão de Omeshirama, não acho que possa me sentir seguro ao lado dele. Ele não parece muito bom protetor.

— Você irá repetir seu depoimento no julgamento oficial do caso, Akashi — disse o ancião Fusashi — Devido à urgência, não é algo que deve demorar a acontecer. Mas vou alertá-lo de uma coisa. Nada impede que antes do momento no qual você se encontrou com Higa ele tenha assassinado Senju Ikari, e essa parte do caso ainda está em aberto. E como você mesmo disse, Toushizo, e ao que indica Keisei-san também, possuem a mesma teoria que Omeshirama-san, o que torna possível deduzir que de fato Higa agiu como subordinado de Jouichirou no incidente. Esteja preparado para ver seu irmão ser julgado também. Ou, caso permaneça desaparecido, ser declarado um Nukenin.

— E já que você aparentemente também não confia em Omeshirama-san... — pronunciou-se a velha — Não há muito que possamos fazer por você. Esse caso está somente no início da investigação, e nós estamos organizando uma força tarefa para nos auxiliar. Enquanto não tivermos escolhido nossos homens de confiança, não poderemos garantir sua segurança, filho.

"Não conseguiram garantir nem a do Hokage, até parece que vão garantir a minha." — Akashi sorriu forçadamente, conforme respondeu. — Está certo, confiarei em vocês. Prec-... — Antes que pudesse terminar, uma ideia veio atona na mente de Akashi, interrompendo-se a si mesmo. De logo expressou uma feição alegre e satisfeita, como se estivesse prestes a fazer algo um tanto quanto inusitado. — Como anda a organização dessa força tarefa? Você tem um homem de confiança bem na sua frente. Ninguém mais que eu quer encontrar o culpado e proteger Konoha, é só ver o tanto que já fiz por conta própria. E seria uma forma de me proteger também, não só de Toushizo, como das tentativas arriscadas de agir sozinho. Por favor, Manami-chan. Permita-me servir diretamente os únicos em quem eu confio no meio dessa disputa de lados: os Anciões.

— É “Manami-sama”, Kurogane Akashi. — repreendeu novamente a senhora — Estranho... não consta nos nossos arquivos que você possui uma personalidade tão debochada.. De todo modo, trate-nos com respeito, em primeiro lugar. Não adianta pedir para que nós o consideremos um homem de confiança sem nos dar o devido respeito primordialmente. E bem... O Kagura Shingan sempre é útil, apesar de sua patente e nível de força não estar entre os mais elevados da vila, até porque você ainda é jovem... Mas vamos considerar sua proposta. Se não tem nada mais a dizer, está dispensado.
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Mensagem  Fesant Seg 17 Ago 2015, 01:25

(...)

Akashi deixou a sala, voltando pelo corredor, e depois escadas abaixo, para sair do Palácio do Hokage, embora ainda não tenha decidido ao certo o que faria depois dali. No caminho, cruzou-se com Rei, que subia as escadas no sentido oposto. De logo, o arqueiro deduziu que o usuário de técnicas de argila estaria se dirigindo também a uma reunião com o Conselho, pelo mesmo motivo pelo qual havia sido interrogado minutos atrás.

Ao cruzarem caminhos, os chuunins somente se cumprimentaram, casualmente. Embora tenha sido somente um único instante, Rei teve a impressão de que havia algo de diferente no companheiro com quem lutou noite passada. A despeito disso, seguiu seu caminho.

O Kurogane seguiu Rei com seu Kagura Shingan, e de pronto confirmou que o destino dele era de fato a sala dos conselheiros. Assim, resolveu espera-lo sair de seu encontro com os Anciãos, e permaneceu no térreo, sentado a uma das mesas que havia no saguão de entrada. Os dois ainda não haviam se encontrado após a última empreitada, e Akashi não possuía qualquer outra pessoa com quem dividir sua cumplicidade ali.

Meia hora depois, o arqueiro avista Rei passando pelo saguão, se dirigindo à saída. O rapaz também notou o outro chuunin, e mudou seu curso para ir até a mesma mesa onde ele já se encontrava, sentando-se assim que chegava.
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Mensagem  Darthix Seg 17 Ago 2015, 02:24

A reação do arqueiro perante a chegada de Rei foi bastante diferente da usual: esboçou um sorriso e olhou fixamente para ele, até que este se sentasse ao seu lado. A sua outra personalidade parecia estar no controle ainda, visto que o Akashi em sua naturalidade evitava ao máximo manter contato visual com os demais, além de nunca sequer sorrir. Quando finalmente pareceu pronto para conversar com o colega — se é que podia considera-lo assim — virou-se para o mesmo e tratou de iniciar o diálogo: — Alguma novidade, Rei?

O sorriso irritante em seu rosto parecia não sair, algo que podia tornar-se um pouco inconveniente para os demais. O mais inconveniente, entretanto, não era nem o sorriso em si, mas a sua honestidade por detrás dele. Não era nem um pouco forçado. O arqueiro só queria realmente esboçar alegria, sem motivo algum.
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Mensagem  Ogami Rei Seg 17 Ago 2015, 18:33

Ogami caminhava pelos corredores com suas mãos em repouso dentro de seus bolsos, esboçando um ar de cansado, afinal tinha acabado de passar por um interrogatório irritante. Antes que pudesse refletir sobre o que acabara de ocorrer dentro da sala em que jazia segundos atrás, avistou seu companheiro de batalha, um tanto diferente que o usual. "Algo está diferente nesse cara.. Qual é a dele?" Perguntou pra si mesmo, aborrecido com a misteriosidade de sua personalidade, estava exausto de tanta análise nos últimos dias. Contra sua vontade, sua cabeça tinha trabalho no último dia mais do que em meses rotineiros. E para sua maior infelicidade, o rumo que a situação em que estava se envolvendo só se estreitava cada vez mais ao fracasso.

À medida que se aproximava de Akashi, seu passo desacelerava naturalmente, posicionando-se a seu lado. Entretanto, desta vez não começou tal diálogo com um contato visual para evitar suspeitas de alguém a seu redor. Akashi não contribuíra para isso, virando-se indiscretamente e abrindo uma conversa antes mesmo que Rei terminasse de sentar no cômodo. Irritado, quase deixou que isto transparecesse com um franzir de suas sobrancelhas, acompanhados de um olhar ameaçador para o vazio, o mesmo breve. Seguido de um suspiro, Rei rompeu o silêncio — Não, tudo nos conformes. Precisamos decidir o próximo passo o quanto antes, mas esse não é o melhor lugar. Ah, e eu iria preferir conversar com o Akashi sobre isto, se nos der licença. — Proferiu Ogami com suavidade em suas palavras, exceto em sua última sentença, a mesma direta e fria, como se estivesse despachando alguém.

Mesmo que não soubesse dizer ao certo, Rei percebia traços de bipolaridade evidentes mediante à mudança repentina na gesticulação, modos e a fala de seu colega. Além disso, adorava arriscar, tudo para si não passava de um jogo. Atrevido, porém efetivo. Decidiu jogar do modo que as respostas que procurava o buscassem o mais rápido possível. O tempo era seu inimigo, e um empecilho desses não era bem vindo, não naquela hora.
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Mensagem  Fesant Ter 18 Ago 2015, 13:06

A dupla mal havia iniciado a conversa, e um fato novo surgiu para interrompê-la. Com seu Kagura Shingan, Akashi sentiu que alguém se deslocava em sua direção. Sua assinatura de chakra não era desconhecida, embora raras vezes a tivesse sentido próxima de si, e nunca tendo interagido consigo também. A pessoa que portava aquela assinatura andava calmamente, e seu trajeto era reto e direto, deixando bem claro que não possuía outro destino senão a mesa onde Rei e o Kurogane se encontravam.

Ao fitar a pessoa, viram se que se tratava de um homem, jovem, com cabelos loiros, quase prateados, e uma venda nos olhos. Assim que alcançou a mesa, se apresentou.
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Mensagem  Zeru Ter 18 Ago 2015, 13:23

Sua suposição foi correta e precisa, sequer foi necessário fazer uso do Ondou para ajudar a encontrar quem procurava, sua suposição de que Akashi teria sido chamado para prestar esclarecimentos sobre os ocorridos da ultima noite e pelo mesmo ser irmão de Gumo o levavam a crer que lá ele estaria. Zeru conseguiu identificar seu alvo e com calma e tranquilidade característica se aproximou da mesa onde o mesmo estava na companhia de outro shinobi.  

-- Kurogane Akashi eu presumo ... Posso ter alguns minutos do seu tempo ?! Receio que temos algumas questões de interesse mutuo para tratar.

O rosto de Zeru não encarava diretamente nenhum dois, como se encarasse o vazio. Não chegou a pronunciar que era melhor que conversassem a sós, no entanto, sua linguagem corporal sinalizou se ele poderia acompanha-lo de modo que pudessem falar sem estar sobre a atenção de terceiros.
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Mensagem  Darthix Ter 18 Ago 2015, 13:58

A reação de Akashi diante das palavras de Rei foi imediata. Não demorou até que deixasse transparecer raiva e indignação, por presenciar o seu colega de batalha o despachando, como se afirmasse que Akashi em sua primeira personalidade era melhor. Por sorte do acaso ou não, o surgimento de um terceiro indivíduo foi o suficiente para o acalmar. Virando-se na direção de Zeru, ouviu as suas palavras, expressando claramente em seu rosto a falta de entendimento. Parecia questionar sobre a quantidade de pessoas o procurando para conversar naquele dia; e caso fosse mais um interrogatório, já ficaria incomodado. Sem nada dizer, foi dirigindo-se até a saída do palácio, sinalizando para que o homem desconhecido o seguisse. Ao finalmente saírem dali, permitiu a este último guia-lo para onde achasse melhor conversar. Akashi, em sua nova natureza, parecia mais imprudente que o comum - como se já não fosse o bastante - agindo como se não fosse preciso qualquer precaução, quase que afirmando que suas habilidades seriam a única medida de segurança requisitada.

— Não precisamos nos distânciar muito, não vejo problema caso alguém ouça o que tenho a dizer, considerando que recentemente tudo que acontece nessa vila parece ser de conhecimento de todos. — Zeru pareceu suspirar enquanto seus antebraços estavam cruzados as costas assumindo uma postura classicamente militar, e antes de mais nada optou por se apresentar. — Os que me conhecem me chamam pelo nome de Zeru, e eu estou diante de você para fazer questionamentos sobre seu irmão ... Kurogane Higa, que em nossa falange se apresenta pelo nome de Kumori Gumo. — Volveu o corpo para encarar Akashi, deixando claro algumas questões pertinentes naquele dialogo. — Imagino que talvez já tenha tido alcançado sua cota de interrogatórios por hoje, sendo assim encare minha presença como alguém com o desejo de apenas estabelecer um dialogo.

— Hmm... Kurogane Higa, é? — Akashi referiu-se ao irmão de uma maneira distante, como se não fosse realmente irmão dele. Embora a sua nova personalidade em controle tivesse fazendo o possível de início para não levantar tantas suspeitas, parecia ao mesmo tempo ter problemas em controlar os seus ânimos e natureza. — Não faço ideia de onde ele se encontra, mas já deve estar voltando. Algo mais? — O arqueiro mostrou-se extremamente direto, como se não fizesse questão alguma de trocar informações ou coisa do tipo. A princípio, dizer o que sabia do irmão para qualquer um parecia algo normal para si.

— ... ?!?! — A forma como se referiu ao irmão o chamando pelo nome completo como se fossem total desconhecidos o intrigou, mas não conhecer Kurogane Akashi não permitiu que fosse afundo na sua estranheza. Ele parecia indiferente a situação do proprio irmão ou era tolo a ponto de não compreender o quão delicada era o atual momento da folha considerando que Gumo estava prestes a ser levantado como um potencial suspeito. — Lamento por não saber o paradeiro dele, eu contava justamente com o oposto para que ajudasse o meu lado ... Eu, Gumo e mais um shinobi fomos reunidos na noite passada para executar uma determinada missão, em dado momento nós tivemos que nós separar de modo que seu irmão se encarregasse de uma parte do plano. — Aquela informação poderia ser relevante ou não, dependeria apenas como Akashi iria interpreta-la ou a fizesse útil. — O pouco que conheço Higa me permite afirmar que ele é um soldado que tem o seu valor, não consigo imagina-lo indo contra uma ordem dada a não ser que houvesse algum vies que o forçasse a agir diferente ... Preciso encontra-lo para inocentar tanto ele quanto aquele que estava nós dando ordens. — Zeru deu um passo ficando a poucos centímetros de Akashi como se o encarasse de forma profunda, se não fosse pela venda o Arqueiro perceberia que as palavras a seguir eram de extrema verdade e importância. — Konoha está atravessando por um momento delicado, até onde eu pude investigar pessoas estão sendo usadas para encobrir a grande verdade por quem está por detrás de tudo isso ... E eu tenho fortes suspeitas que apontar dedos para dois membros fugitivos da Névoa Sangrenta seja uma boa forma de desviar qualquer atenção indesejável, seu irmão é a bola da vez, sendo assim quanto tempo será até que ela seja passada a você?!  

O interesse em Akashi foi despertado de imediato, assim que Zeru começou a falar. A cada palavra dita pelo mesmo, o arqueiro ia dando cada vez mais atenção. De alguma forma, ele havia sido motivado a dialogar com clareza. — Hum... um companheiro do irmão de Ak... digo, do meu irmão! Você parece saber de muita coisa, Zeru, então que tal entrarmos em acordo? Eu confirmei que tudo o que você está dizendo é verdade, então não ache estranho eu propor algo assim logo de cara. — Akashi respirou, como se estivesse prestes a dizer algo importante, mas logo voltou a falar. — Se você é companheiro de Higa, então é subordinado de Jouichirou, então tô nem aí pra caso você diga pra ele sobre o que a gente conversar aqui. Eu sou imbatível, de qualquer forma! Hahahahaha! E ele já deve imaginar o que eu fiz, então não é como se eu fosse criar mais um inimigo, ele já está lá. — O sorriso no rosto do chunin foi se intensificando, como se aos poucos estivesse deixando escapar do controle a sua verdadeira essência. — Que tal então trocarmos todas as informações que tivermos sobre "você sabe o quê" e em seguida você dirigir-se até o local que eu lhe mandar? É possível que você encontre Gumo lá. Mas mesmo que ache arriscado ir até esse endereço, só a troca de informações já basta, não?! — O interesse de Akashi foi posto atona. Tendo o seu Kagura como base para confirmar a verdade e ainda o seu ego, ele agiria sempre de forma direta e sem as maiores delongas. Ademais, ele parecia não ligar para ou Higa ou si próprio poderem ser a "bola da vez", por algum motivo misterioso. Como se não bastasse, a forma como referia-se ao irmão, trocando sempre a palavra para o descrever era um tanto quanto estranho. Em contraste a isso, cada palavra dita por si foi plenamente sincera, como se realmente desejasse dizer tudo o que sabia a respeito do atentado.  

— ... !!  A postura de Akashi parecia lhe dizer muito, havia algo nele que era extremamente familiar, o mesmo parecia tentar disfarçar, mas diante dele parecia estar alguem que certa vez já estivera na mesma posição. — Parece que errei em minha suposições ... Talvez a "bola da vez" já tenha sido passada a você, mas de uma forma diferente do que eu imaginei.  Zeru pareceu sorrir, algo raro de se ver como se lembranças voltassem a sua mente. — Talvez eu esteja de acordo, mas antes disso, como prova de boa fé ... Pode levantar a manga de sua camisa ?! Após fazer isso podemos trocar algumas informações, independente de você me passar informações verdadeiras ou falsas.

Ante o pedido de Zeru, Akashi estranhou, mas realmente queria a troca de informações, e para tal sequer hesitou no pedido do shinobi. Ergueu a manga de sua camisa e, quando aquele com quem dialogava sinalizasse, abaixaria de volta. Em sua pele, podiam ser vistas incontáveis cicatrizes, marcas evidentes de tortura; e pela forma como aparentavam, deixavam claro que eram recentes. O rosto de Akashi, entretanto, nada esboçou, como se tivesse até esquecido do que ocorreu — algo que em parte era verdade, afinal o motivo de tal personalidade estar no controle era exatamente essa.

— ... !!! — Zeru estendeu a mão sustentando o antebraço de Akashi e sentindo o relevo das cicatrizes que ele tão colaborativamente revelou, O Anbu chegou a sentir um frio na espinha quando percebeu que o braço era apenas aprte da obra arquitetada naquele corpo, trazendo memórias que ele sempre buscou reprimir. — Lamento que isso tenha acontecido Akashi, aparentemente alguem já tenha chegado até você ... E me surpreende o fato de estar disfarçando tão bem tais ferimentos ... Na verdade, na minha vaga experiência eu arrisco dizer que é inconcebível o fato de conseguir sequer andar. — Inicialmente Zeru não tinha nenhum interesse em nenhuma informação que Akashi pudesse lhe dar alem das cedidas sobre Gumo, mas para alguem ter sido alvo daquele tipo de tortura representava que ele possuía alguma informação realmente relevante. — Muito bem, como prova de boa fé irei trocar as informações que deseja ... Mas caso não tenha nada mais importante para fazer porque não me acompanha pessoalmente até o local onde possivelmente posso encontrar Gumo?!

De uma maneira imprevisível, Akashi estranhou quando Zeru comentou sobre as feridas, como se sequer soubesse da existência delas. Ao levantar a manga da camisa novamente, olhou para o próprio braço e surpreendeu-se. Largou a manga no ato, voltando a cobri-la. Uma leve tontura veio atona, fazendo-o sentir uma leve dor e fadiga. Era como se a nova personalidade sequer soubesse do ocorrido, e que as cicatrizes serviriam como gatilho para trazer o antigo "eu" de volta. Por sorte, Zeru trocou de assunto e o convidou a ir consigo até o local onde encontraria Higa. Quando ouviu isso, Akashi voltou ao normal e recuperou-se, embora houvesse ao máximo tentado disfarçar a tontura. Sorrindo de maneira espontânea como ainda há pouco, tratou de responder: — Por mim pode ser, trocaremos as informações no caminho. Ah, levarei Rei se não for problema, aquele que tava sentado ao meu lado. Ele tá comigo nessa, então acho melhor ficarmos juntos sempre que possível, além de que ele sabe o mesmo que eu. Quando eu disser tudo a você, irá entender.

A forma como Akashi parecia lidar com o que ocorrera a seu corpo era totalmente incompreensível, era como se ele estivesse preso em um Genjutsu para que fosse capaz de ignorar a dor que deveria estar sentindo como se ele não tomasse conhecimento da mesma. O pouco que viu dos ferimentos o fez ponderar quem seria o artista a talhar o corpo daquele shinobi, uma vez que trauma tão brutal foi ocasionado e ao mesmo tempo permitiu que ele permanecesse em plena atividade ... Para tal obra seriam tanto necessários um mestre em Genjutsu e Iryo Ninjutsu, e reunir tais aptidões numa mesma pessoa era uma característica muito rara. — Não faço objeção, seu companheiro pode nos acompanhar ... Mas quanto a trocar as informações no caminho se importaria se postergássemos mais um pouco tal diálogo ?! Eu no momento estou mais interessado em saber quem fez isso com o seu corpo e porquê?! Que tipo de informação você detém ou o que você fez para que tanto trabalho, esforço e dedicação fosse dado ao seu corpo?! — Zeru permaneceu olhando em frente enquanto indagava Akashi, não precisou muito tempo em sua companhia para perceber que aquele Shinobi não era simplesmente alguém comum, ele sabia demais e estava provavelmente marcado para isso.


A mão de Akashi foi de encontro à sua testa, como se estivesse sentindo tonturas novamente. De alguma forma, sempre que Zeru se referia à tortura, tais tonturas retornavam. Desta vez, entretanto, ele pareceu não tentar resistir. Em verdade, a expressão em seu rosto ia aos poucos se alterando. Em razão de segundos, o chunnin pareceu ter se tornado outra pessoa. Se Zeru pudesse enxergar, notaria que os olhos de Akashi não iam mais de encontro aos seus, como se o evitassem. A feição em seu rosto transbordava cansaço e tédio, como se quisesse tudo menos quaisquer problemas. O seu chakra, por sua vez, acalmava-se aos poucos. — Zeru-san, não tenho muito tempo, nem mesmo para explicar o que tá acontecendo agora. De toda a forma, me escute. Vou contar a versão verdadeira de toda a coisa antes que "ele" diga em sua versão exagerada. Sobre as suas perguntas iniciais, não faço ideia de quem foi, mas a partir de tudo que lhe contar, poderá montar as suas próprias suspeitas. — Akashi parecia ofegante, tendo que respirar a cada fala. Por alguma razão, ele agora parecia realmente ter sido alvo da tortura mencionada por Zeru.

Zeru então ouviu toda a história de Akashi. O relato de um torturado para outro. Naquele momento, embora tivessem acabado de se conhecer, ambos se compreendiam.





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