Sessão Jogada [001] O Plano de Ataque

[Fesant]

Cena 1: A Convocação

---

O tempo sempre separa os companheiros, ainda mais os shinobis, que corriqueiramente precisam sair, de missão em missão... Grupos são desfeitos... E novamente refeitos... Se ganha novas experiências... Evolui-se como Ninja.

Nesse momento, 3 garotos estavam prestes a se reencontrar na ante-sala do escritório de Kurama Miura, o Shodaime Hokage. A última vez na qual eles tinham se visto, todos eram simples genins. Mesmo dois deles, que são originariamente do mesmo grupo de genins, mal tinham se visto nesse ultimo ano.

Yonikaze Namito entra na ante-sala com uma feição meio chateada... Estava a tanto tempo longe de seus amigos... Estava a olhar para os lados, pensando "Onde estará Daikyuu, o Sensei e..." Porém, ao adentrar a sala, via Uchiha Daikyuu:

— Hei, Daikyuu-kun! — disse Namito, dando um tchauzinho e se aproximando do mesmo...

Daikyuu observou os arredores, notando a presença de seu antigo companheiro... Ou por assim dizer. Para o Uchiha, nem eram tão companheiros. Enquanto evitava o contato direto com Namito, este não parava de tagarelar.

Enquanto conversava em monólogo com Daikyuu, Namito vê Takahara entrando na sala. Então, vira-se de imediato, fecha os punhos e grita:

— Taka! Você também está aqui?! Que saudades dos velhos tempos! — disse, com um largo sorriso.

Em contraste, Daikyuu permaneceu peculiarmente indiferente à entrada do terceiro garoto. Simplesmente virou-se para olhá-lo, de cima a baixo, calado e de braços cruzados:

— Hum... — murmurou, logo antes de voltar a encarar o vago. Estava deveras impaciente em relação ao que estava por vir. Estava fechado, como de costume.

Namito olhava de lado para Uchiha Daikyuu. "Ele ainda é o mesmo... Não se deixa envolver...", pensava. Apesar de a fisionomia mostrar que estava estranhando o fato, e apesar de tudo, gostava muito de Daikyuu... Tentando elevar os ânimos, Namito bate com a mão nas costas de seu melhor amigo:

— Hei, Daikyuu... Que cara é essa? Hehehe — colocando a mão e coçando a cabeça —Poderemos agir juntos novamente, como o Time 10, lembra? — Vendo a continuada falta de empolgação do amigo, esboça um sorriso, meio sem graça.

Ao sentir o tapinha nas costas, Daikyuu volta-se para Namito com uma das sobrancelhas arqueadas, e cara de poucos amigos. Descruza o braço, dando dois passos para trás:

— Você não perde os maus hábitos. — Recostou-se na parede, indiferente, apoiando a sola do pé na mesma sem se preocupar em sujá-la. Fechou os olhos, abaixando a cabeça. O rapaz usava trajes negros, constituídos por blusa de manga comprida, com calças comuns de mesma cor. Entretanto, o que chamava a atenção era, na verdade, a mandava amarrada ao pescoço, que tinha o símbolo do clã, recaída sobre o peito como a de um cowboy. Os cabelos longos ficavam, normalmente, jogados para trás, com a bandana presa por de baixo dos mesmos de forma a recobrir a testa, embora naquele dia a estava usando amarrada na coxa esquerda, estranhamente.

O jovem Takahara, por sua vez, estava voltando à Konoha depois de quase 2 anos longe de sua Vila. Estava com muitas saudades de seus poucos amigos. Aliás, o tempo que passou fora da Vila foi muito bom, unicamente porque descansou seu corpo e mente do comportamento discriminatório dos demais moradores de Konoha. Mas de qualquer jeito, tinha saudades de seus amigos. Principalmente de um: Yonikaze Namito. Eles eram grandes amigos quando ainda eram genins. Mas o tempo passa e agora eles estavam diferentes: Taka estava muito mais alto e forte. Ainda usava as faixas nos braços, envolvendo também os punhos, a regata rasgada, seu cabelo espetado, a calça preta e sua sandália preta. Mas agora estava usando um traje Chuunin! E seu amigo também!

— Namito! Quanto tempo! Como anda a vida, amigo? — disse o garoto, dando um forte abraço no companheiro — Treinando muito?

Notando que Taka o abraçara, emocionado com o reencontro, Namito pensava na diferença entre as pessoas. ”Taka e Daikyuu...”

— Ah... Treinei sim! Estou ficando cada vez mais forte! Pode ter certeza! — dizia, enquanto dava socos no ar, lembrando que Taka fazia isso antigamente...

Após o grande abraço em seu velho amigo, Taka vira-se para Daikyuu. Olha e somente dá um “Oi” de longe. “Daikyuu era realmente um pouco... Frio... Muito diferente de Namito e de mim”, pensava.

— Imagino que esteja forte! Mas garanto que ainda não pode me vencer, não é mesmo, Namito? — falou, dando uma grande risada e batendo no ombro de Namito, além dos tradicionais socos no ar. — Precisamos conversar! Eu tenho muitas coisas para te contar. Como anda as coisas aqui na Vila? Ainda andam falando muito sobre... você sabe... meu pai? — Taka abaixa a cabeça, falando baixo...

Novamente, os 3 chuunins notam passos se aproximarem pela escada. Ao virarem a cabeça instintivamente para o lado da entrada, notam mais um shinobi entrar. Este, entretanto, embora de rosto meramente conhecido, não participava do grupo de amizades dos outros 3 que na sala já aguardavam.

"Mais um ida à sala do Hokage e mais uma missão. Porque tive que passar no Exame Chunnin...?" Reclamava mentalmente o shinobi que entrara, tentando manter os olhos abertos. Apesar da hora, estava novamente com sono. Sempre era assim. Ia para a sala do Hokage forçado por seus próprios pés. Já tinha certeza do que ocorreria: mais uma missão qualquer que não estava interessado em realizar. Provavelmente com um bando de desconhecidos, já que não tinha um grupo em si. Seus ex-colegas eram "talentos" para já estarem em um nível mais alto que ele. Já eram parceiros de seu antigo sensei. Pelo menos já não tinha que suportar aquele velhote mandando treinarem como loucos. Entrava na ante-sala bocejando, notando a presença de três figuras distintas e desconhecidas. Sua teoria sobre que o acompanharia na missão estava certa. Somente levantou a mão num leve aceno e disse ainda bocejando, e com claro desanimo:

— Yo...

Namito olhava para aquele que adentrava a sala. "Hum... Eu lembro dele...", pensou. Logo que o vê cumprimentar, dá um sorriso e levanta o braço dando um thauzinho:

— Olá... — E fica com os olhos meio fechados, para os lados, como se procurasse alguém — Hei, será que falta mais alguém? — Ficou pensativo. “Bem que poderia aparecer uma garota conhecida... pra matar a saudade...”

Taka olhava para a porta, vendo um shinobi diferente do qual não se lembrava. “Talvez ele tenha aparecido no ‘grupo’ enquanto eu estive fora”, pensou. Mesmo assim, Taka não deixou de cumprimentá-lo. Levantando a mão, fala:

— Olá. Qual o seu nome? — Mesmo percebendo a cara de sono do shinobi, Taka tentou ser carismático.

Mal tinha chegado e já analisava as situações. Era assim que ele sempre fazia:

“É, seja lá quem fossem seus companheiros de equipe, já dava para fazer uma avaliação rápida de suas personalidades a partir da forma como falaram”, analisava o jovem Chuunin. “Pela forma de agir do rapaz — pensava, referindo-se a Namito — ele é alguém educado o suficiente para lhe responder, contudo parecia também não ser o tipo de pessoa que busca novas amizades com freqüência, já que mudou de assunto rapidamente. Ninguém estranho.”

E olhando para Daikyuu, continuava a raciocinar: “O garoto que chuto ser um
Uchiha, pela sua forma de agir, seguia uma tendência moderna para o clã: frieza e indiferença. Ia ser alguém chato de se conhecer.”

E por último observou e analisou sobre Taka, antes de respondê-lo: “Já o último com certeza era o animado mais impetuoso do grupo. Tinha ouvido falar que a maioria dos grupos tem pelo menos um, apesar de nunca ter convivido com um que já tenha procurado amizade com o shinobi Nara — raciocinava, agora um pouco sobre si. — Não eram exatamente interessantes, mas, fazer o que.”

Apesar de não compartilhar a animação daquele que já procurava sua amizade, respondeu por mera questão de cortesia, mesmo estando com sono demais pra fazer uma apresentação mais apropriada:

— Nara Takeshi... Prazer. — A última palavra saiu quase como um bocejo, enquanto tentava desesperadamente manter os olhos abertos.

Enquanto os demais ninjas interagiam, com mais ou menos força e empolgação, Daikyuu permanecia parado, inerte, prestando atenção somente em seus pensamentos:

“Missão? Que se dane. A missão em si era irrelevante.” A real missão de Daikyuu era adquirir o poder necessário para partir a diante com sua vingança, e logo se livraria do estorvo da companhia destes Shinobis de Konoha, com seus sorrisos tranquilos e suas mentes poluídas. A entrada do rapaz na sala em nada lhe chamou a atenção. Olhou-o, observando-o um pouco, mas logo perdeu o interesse. E assim voltou a encarar o chão, exatamente como estava.

Os jovens Chuunins mal conversaram — e mesmo se tivessem tempo, provavelmente não iriam fazer, com exceção de Taka e Namito — e a porta do escritório de Kurama Miura-sama, o Shodaime Hokage, já se abria... Um shinobi desconhecido abria a porta...

To be continued...